Bloco Loucura Suburbana promove inclusão há 21 anos. FOTO: Divulgação

 

O bloco carnavalesco Loucura Suburbana retorna às ruas do Engenho de Dentro, zona Norte, hoje, às 17h, saindo do Instituto Municipal Nise da Silveira, onde se concentra uma hora antes da saída. Mais de mil componentes – entre usuários da rede de saúde mental, familiares, amigos e vizinhos – desfilam pelas ruas do bairro até retornar ao Nise, onde se encerra ao som da bateria A Insandecida!, com cerca de 40 ritmistas.

Trata-se da 21ª edição do evento. “O momento de realização desse carnaval é muito especial, foram dois anos sem desfilar por conta da pandemia, e, pela primeira vez, o Loucura vai às ruas após o fim do manicômio”, explica Ariadne Mendes, uma das organizadoras.

Não há mais nenhum paciente internado no Instituto Nise da Silveira, onde agora funciona um parque, com muitas atividades de arte, cultura, esportes e geração de renda.

Trajetória de folias

Criado em 2001, o Loucura rompeu simbolicamente os muros do hospício e revitalizou o carnaval de rua do Engenho de Dentro, reunindo usuários, familiares e funcionários da rede de saúde mental, além de moradores do bairro e adjacências.

Isso criou um movimento de integração com a comunidade, tendo como motivação a maior festa popular brasileira. Desde então, o Loucura Suburbana abre o carnaval do bairro, arrastando foliões contribuindo para transformar o preconceito contra a loucura em admiração, respeito e desejo de integrar-se.

Bonecos gigantes

Uma marca do bloco são os bonecos do Germano, estruturas gigantescas como os bonecões de Olinda. A diferença, compara o instrumentista Abel Luiz, são as articulações da versão carioca da alegoria. “O braço não é bobo, tem uma estrutura que se move, e tem um camisolão que se abre. Em alguns casacos, o operador pode desfilar de bicicleta.”

Segundo Abel, é “mais uma forma para construir novas práticas de luta antimanicomial por meio da arte e cultura. O carnaval é a oportunidade de oferecer um momento para as pessoas lidarem com a dor do outro de uma forma mais humana, solidária, generosa”.

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