55 anos do início da ditadura militar brasileira. O regime durou até 1985 e contou com 5 presidentes que entraram no poder sem passar por eleições diretas. São eles: Humberto de Alencar Castelo Branco, Artur da Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo, ordenados pela ordem que assumiram. Como justificativa, esse sistema teve como desculpa uma suposta ameaça comunista. Porém, o então governo tentava fazer,principalmente, as reformas de base, cortando privilégios, deixando a elite indignada. E como resposta, tiveram protestos tais como a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. A ideia era mostrar o quanto a sociedade conservadora, os grandes empresários e latifundiários estavam descontentes. Assim, essas e outras situações fizeram com que Jango saísse do poder, dando início à ditadura.
Então as atitudes da ditadura foram imediatas, pelos atos institucionais(A.I) que fez os militares colocarem as “cartas na mesa” e mostrarem para que vieram. Dentre eles, o mais autoritário é o A.I nº5(1968) que proibia manifestações políticas e não liberava habeas corpus para crimes “contra a segurança nacional”. Além disso, dava ao Presidente da República poderes como: Fechar o Congresso Nacional, cassar mandatos parlamentares e outras determinações. Assim essa oficialização do sistema era necessária para que nada os impedissem de fazer o que quisessem e quando bem entendessem. Por exemplo, aqueles que questionavam o sistema, sabiam coisas ou davam a entender que sabiam eram chamados para esclarecimentos. Alguns nunca mais voltaram. Por exemplo, o engenheiro Rubens Paiva, pai do escritor Marcelo Rubens Paiva, foi surpreendido por homens entrando armados em sua casa. Os agentes levaram ele e sua esposa para prestar contas, mas mulher conseguiu voltar por conta das crianças. Já dele, nunca mais se soube nada, tirando conversas ou suspeitas.
Com isso, acontecimentos como a Comissão Nacional da Verdade era o que eles queriam evitar. Só essa junta documentou 434 mortes ou desaparecimentos pelo regime e somente 33 corpos achados. Em 2014, o comitê entregou à então presidente, Dilma Rousseff, um documento no qual responsabilizou 377 pessoas por esses crimes. Porém, para quem pensa que os estragos ficaram “apenas” na esfera civil, os problemas econômicos foram tão graves quantos. Na época existiu o ” milagre econômico” onde o Brasil atingia ótimos números na economia. Mas, diferente do que pensavam, a “bênção” não durou muito tempo, porém, os militares não podiam fraquejar. Então, uma ideia foi fazer empréstimos internacionais, colocando o país numa grave crise fiscal que só explodiria no futuro. Passando a ditadura, eis que a crise chega caindo na mão do regime democrático, que foi tido como o responsável.
Somado a isso, se olharmos a maioria dos presidentes depois da ditadura, vemos que a tratam como algo que deve ser esquecido. Dessa forma, alguns prédios ou pontes que homenageavam os presidentes ou algo relacionado ao regime geralmente tiveram os nomes mudados. Por exemplo, em Minas Gerais, existe um elevado chamado “Elevado Dona Helena Greco”, mas que, antigamente, era chamado “Elevado Castelo Branco”. Agora, a atual gestão nacional resolveu fazer diferente de seus antecessores. Segundo informações, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, recomendou aos quartéis para comemorarem os 55 anos desse fato. No entanto, a juíza Ivani Silva da Luz, da 6° vara de Brasília, proibiu o governo de Jair Bolsonaro de comemorá-la. Assim, vemos atitudes erradas que, se bem comparada, tem a mesma ideia de cometer um crime. Quem sabe um dia o Brasil volte ao normal e pensamentos assim voltem para o século passado.