O presidente Jair Bolsonaro aposta todas as suas fichas no caos ao conclamar o empresariado a enfrentar o governador paulista João Dória, adversário político e provável candidato à sucessão presidencial em 2022: “Nós temos que mostrar a cara, botar a cara para apanhar. Porque nós devemos mostrar a consequência lá na frente. Lá na frente, eu tenho falado com o ministro Fernando (Azevedo), da Defesa…os problemas vão começar a acontecer. De caos, saque a supermercados, desobediência civil. Não adianta querer convocar as Forças Armadas porque não existe gente para tanta GLO (Garantia da Lei e da Ordem).”
O presidente Jair Bolsonaro conclamou nesta quinta-feira (14) um grupo de empresários de peso a pressionar governadores pela reabertura do comércio. Ele disse que “é guerra” e que o setor empresarial precisa “jogar pesado” com os chefes de governo nos estados.
“Um homem está decidindo o futuro de São Paulo, decidindo o futuro da economia do Brasil”, afirmou Bolsonaro, referindo-se ao governador paulista, João Doria (PSDB), seu adversário político. “Os senhores, com todo o respeito, têm que chamar o governador e jogar pesado. Jogar pesado, porque a questão é séria, é guerra”, disse.
A videoconferência desta quinta-feira, 14, na qual fez a conclamação, foi organizada pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, aliado político de Bolsonaro. Apesar de dizer que lamenta as mortes, o presidente tem dado declarações até com viés irônico quando questionado sobre as perdas humanas: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.
Os países em geral, e os sul-americanos em particular, têm condenado repetidamente a postura do presidente e consideram Jair Bolsonaro o principal obstáculo do Brasil na luta contra a pandemia. Juntamente com os Estados Unidos de Donald Trump, o país é o grande foco de irradiação do coronavírus no continente americano e no plano interno, Bolsonaro é crítico ferrenho das ações de isolamento social, o presidente tem atacado principalmente João Doria e o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC).