Projeção em mãos do governo norte-americano causa profunda apreensão no meio científico brasileiro: se confirmada a previsão dos matemáticos da Casa Branca, o Brasil passará os Estados Unidos com 137,5 mortos contra 137 mil redondos americanos mortos por coronavírus, no dia 29 do mês que vem.
Para que isso aconteça, no entanto, o número de mortos precisa quadruplicar nos próximos 50 dias, o que já aconteceu no período de 9 de março a 9 de junho, quando de 10 mil saltamos para 38 mil. Atingindo esse total, o Brasil terá o recorde de mortos e o de mortos em um dia apenas, projetado em 4.071. Nos Estados Unidos, o máximo de mortes em 24 horas foi em 14 de abril, com 2.262.
As previsões podem também não se confirmar, advertem pesquisadores do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde da Universidade de Washington, porque dependem de variáveis que mudam através do tempo, como número de casos confirmados e adesão ao isolamento social. Uma das variáveis mais importantes, segundo Theo Vos, professor do instituto, é o número de pessoas contaminadas por uma pessoa. Quando esse índice é inferior ou igual a 1, significa que uma pessoa contamina outra. mas quando é maior do que 1 a situação a contaminação é maior. O Brasil estava na faixa de 2,8 no começo de maio com tendência a aumentar em função do recente relaxamento das restrições de isolamento social.