Fonte: UOL Notícias
Em São Paulo

Um relatório das Nações Unidas divulgado nesta sexta-feira (19) apontou Goiânia, Fortaleza, Belo Horizonte
e Brasília como as cidades de maior desigualdade social no Brasil. Os
três municípios que encabeçam a lista ficam na África do Sul, que
receberá a Copa do Mundo deste ano.

Brasil poderia ter investido mais na melhoria de favelas, diz oficial da ONU

Cerca
de 10,4 milhões de pessoas deixaram de morar em favelas no Brasil nos
últimos dez anos, segundo estudo divulgado ontem (18) pela agência da
Organização das Nações Unidas para Habitação (ONU-Habitat). Isso
significa que a população das favelas foi reduzida em 16% no país. No
entanto, diz o coordenador da pesquisa, Eduardo López Moreno, o
progresso brasileiro poderia ter sido maior

 

Os
municípios líderes em desigualdade, de acordo com a pesquisa feita em
109 países, são os sul-africanos Buffalo City, Johannesburgo e
Ekurhuleni, logo à frente dos quatro brasileiros. A medida foi tirada
levando em conta o índice de Gini, que se baseia na renda e varia de 0
a 1 – quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade social.

As cidades sul-africanas marcaram coeficiente de 0,71 ou mais,
enquanto as brasileiras exibem mais de 0,60 no índice. O índice de
desigualdade, no entanto, nem sempre se refere a pobreza. Brasília é um
exemplo de cidade com ampla rede de serviços públicos, por exemplo, mas
a diferença de renda pesa no indicador.

Favelas
Na
quinta-feira, dados do mesmo estudo apontaram que o Brasil reduziu em
16% sua população de favelas, com cerca de 10,4 milhões de pessoas
deixando esse tipo de habitação nos últimos 10 anos. Apesar disso, o
número de habitantes de moradia precária em todo o mundo no mesmo
período avançou de 776,7 milhões para 827,6 milhões.

O número de
brasileiros que moram em favelas diminuiu de 31,5% para 26,4% em dez
anos devido à adoção de políticas econômicas e sociais, à diminuição da
taxa de natalidade e à migração do campo para a cidade, disse o
relatório da ONU.