Pesquisa do Ipsos Brasil divulgada nesta segunda-feira, 20, mostra que a crença de que a hidroxicloroquina cura o coronavírus é endossada por 18% da população brasileira, apesar de não haver qualquer indicação científica a sustentar essa impressão. A confirmar a estatística, o ministro da Cidadania, Onix Lorenzoni, disse também hoje que está contaminado e se tratando com cloroquina.
O próprio presidente da república, diagnosticado com a doença na semana passada, tem feito propaganda aberta e franca do remédio que as autoridades sanitárias nacionais e internacionais não se cansam de desautorizar, inclusive apontando efeitos colaterais perigosos, que podem levar à morte.
“Entre os 16 países pesquisados, o brasileiro é a segunda população que mais acredita que há, sim, uma cura para a Covid e é a cloroquina. Só perde para a Índia nesse quesito”, disse o presidente do Ipsos, Marcos Calliari em entrevista na qual comentou os resultados: “Os números não são maciços (18% de brasileiros que confiam na cloroquina), mas são importantes e refletem um pouco o processo de informação truncada”, completou.
O instituto verificou ainda que 7% dos brasileiros acham que alho é remédio contra a Covid-19 e 11% das pessoas consideram que a doença não ataca crianças. Calliari informou que o Brasil está “permanentemente entre os três mais mal informados”.
Antes que tentem desacreditar a pesquisa nas redes sociais bolsonaristas, é importante lembrar que “o Instituto Ipsos é a terceira maior empresa de pesquisa e de inteligência de mercado do mundo. Fundada na França em 1975, a Ipsos conta hoje com 16.000 funcionários e está presente em 87 países, incluindo o Brasil”, diz sua página na Wikipedia.