O Projeto “Cabriola: Mediação Cultural Jovens Espectadores” realiza espetáculos e oficinas gratuitas em Salvador. Em sua segunda etapa, o projeto cultural leva as artes cênicas às escolas municipais
Um salto desafiador no cotidiano, este é o significado básico de “cabriola”. Substantivo feminino que intitula o projeto de “Mediação Cultural Jovens Espectadores” do Coletivo DUO. A segunda etapa, que ocorre desde o dia 20 de março até 12 de abril, propõe oficinas de práticas corporais, iniciação musical com ênfase na musicalidade afrobrasileira e uma temporada de espetáculo para escolas públicas e projetos sociais em Salvador.
Com acesso gratuito e ações de acessibilidade – audiodescrição, libras, para pessoas com deficiência física e espectro autista -, o projeto é um pensamento-ação para as infâncias que leva estudantes e professores de escolas municipais da capital baiana e instituições do terceiro setor para vivenciarem o teatro.
O “Cabriola: Mediação Cultural Jovens Espectadores” é um projeto que conta com a realização do Ministério da Cultura do Governo Federal, via Lei de Incentivo à Cultura Federal (Lei Rouanet) e patrocínios da Porto Cotegipe e do Banco do Nordeste.
O Superintendente Estadual do Banco do Nordeste na Bahia, Pedro Lima Neto, destaca a importância que o Banco do Nordeste atribui ao cenário cultural da região. “O BNB tem forte atuação no fomento cultural e da economia criativa com centros culturais próprios, editais de patrocínio à cultura e projetos como o “Ecossistema Musical” e “Galerias Urbanas”.
O projeto Cabriola está inserido nessas ações culturais do BNB com o importante papel de integrar as artes ao processo educativo de crianças e jovens. Ampliar o acesso desse público a uma peça reconhecida e premiada certamente estimula um desenvolvimento integral”, reforça o gestor.
Para Saulus Castro, idealizador, coordenador e produtor, o projeto é uma importante iniciativa do Coletivo Duo para ampliar o acesso do público a outros bens artísticos e culturais. “Costumeiramente, o público focal do projeto não tem acesso a essas atividades. Esperamos criar uma relação ampliada entre Arte e Educação via coordenações pedagógicas e público, crianças e jovens, mestres-mor das piruetas desafiadoras e inacreditáveis. Cabriola busca este salto no/do/com/para o imaginário”, destaca Castro.
OFICINAS – Dentro do projeto estão previstas oficinas promovidas por integrantes e parceiros do Coletivo DUO, a serem realizadas até dia 27 de março, em bairros do Subúrbio de Salvador – Plataforma, Praia Grande, Coutos, Fazenda Coutos e São João do Cabrito. “O Jogo Físico na Cena”, ministrada por Israel Barreto, propõe jogos de improvisação e composição física a partir da consciência corporal e espacial, enquanto a oficina “Iniciação musical com ênfase nas musicalidades da diáspora africana”, por Marcelo Saback, faz uma imersão no universo dos instrumentos musicais africanos e afro-brasileiros. Cada oficina contará com vinte vagas e serão agendadas e organizadas em coordenação com as escolas e instituições.
ESPETÁCULO – Nesta etapa, o Cabriola traz uma temporada de oito apresentações do espetáculo solo “O Barão nas Árvores”, do ator Marcos Lopes e direção de Guilherme Hunder – inspirado no realismo fantástico de Ítalo Calvino, que traz ao palco a história do menino Cosme Chuvasco de Rondó – filho primogênito do barão de Rondó -, que decide subir às árvores e nunca mais descer. Destinadas especialmente a estudantes de escolas públicas municipais e estaduais e crianças e jovens advindas de projetos sociais, as sessões serão realizadas no Centro Cultural Plataforma, entre 09 e 12 de abril, com duas sessões diárias, às 09h e 14h30.
Na primeira etapa, ocorrida em novembro de 2023, o “Cabriola: Mediação Cultural Jovens Espectadores” promoveu dezesseis oficinas para 327 estudantes das escolas públicas municipais e projetos sociais (ONGs, lares e associações) de Salvador. Cerca de 1500 alunos, moradores de diversos bairros do Subúrbio Ferroviário, acompanharam dez sessões do espetáculo “Em Busca da Ilha Desconhecida”, exibido no Centro Cultural de Plataforma. Com quase 50 profissionais envolvidos direta e indiretamente na execução, o projeto ofertou transportes, profissionais para mediação e diálogo com toda comunidade, lanches e profissionais de acessibilidade durante todas as ativações.
Sobre o DUO – Criado em 2010, o Coletivo DUO se inicia com o objetivo de aprimorar a prática teatral dos seus integrantes e o local de encontro foram salas cedidas pelo Colégio Central da Bahia. Desde então já montou 10 espetáculos, obras que poeticamente trazem estéticas teatrais que se aproximam do fantástico e buscam sempre por fabulações que dialoguem a musicalidade e o lirismo, e que toquem em temáticas políticas-sociais.