O monitoramento de mais de 700 mil celulares possibilitou à prefeitura do Recife detectar que pelo menos 80 mil moradores da cidade que estavam em isolamento social voltaram ao hábitos de reunir-se em praças e comércios abertos. Isto se deve ao cansaço com a quarentena e à defesa da volta ao trabalho feita, principalmente pelo presidente da república, contrariando as determinações das autoridade de saúde nacionais e internacionais.
O afrouxamento da quarentena no momento em que o coronavírus avança mais rapidamente por todo o país representa ameaça extra, que Recife tenta contornar apelando às pessoas que voltem para casa.
Significa também a antecipação de pelo menos uma semana do resultado de muitos exames ainda pendentes e que, como alerta o Ministério da Saúde, vai aumentar muito o total de mortes pelo coronavírus, levando à sensação de que o isolamento social não funciona para conter a doença.
Não apenas na capital pernambucana, mas nas demais capitais, muitas pessoas desrespeitam a quarentena porque não aguentam mais ficar em casa, depois de tantos dias. Em todo o país o total de chamadas para o 180 denunciando violência doméstica aumentou 8,5% até o final do mês passado.
“Pela nossa experiência, sabemos que o agressor é, na maioria das vezes, uma pessoa da família ou então muito próxima. Por isso, durante a quarentena, estamos reforçando os mecanismos que ajudam essas mulheres a denunciar”, disse a ministra Damares Alves, em nota publicada no site do Ministério.