Na diversidade cultural do Recôncavo Baiano, o nome Thiago Rosarii ressoa como uma sinfonia de imagens, retratando não apenas eventos, mas a essência das pessoas.
Nascido em Santo Antônio de Jesus, ele transcende fronteiras, consolidando-se como um fotógrafo, não apenas na sua terra natal, mas também em Salvador, onde agora chama de lar.
Com 29 anos, Rosarii , já acumula mais de mil trabalhos fotográficos em uma carreira que se estende por 10 países, conquistando prêmios internacionais, incluindo o reconhecimento do Inspiration Photographers.
Para Thiago, a autenticidade é a chave de seu sucesso. Sua filosofia ressoa na crença de que a verdadeira magia da fotografia surge da conexão energética entre o fotógrafo e seus súditos. Mais do que simplesmente criar imagens esteticamente agradáveis, ele visa traduzir a identidade e a realidade de seus clientes, um compromisso que transcende a mera técnica.
“São mais de 20 certificados de cursos dos mais variados nichos fotográficos que me capacitou para atualmente ser palestrante, mentor e professor de alunos iniciantes e profissionais da área! Ser autodidata foi o estímulo básico e vantajoso para uma margem ampla de aprendizagem e desenvolvimento no percurso. Baseando-se em uma análise mais profunda, o fato da profissão de fotógrafo no Brasil não ser regulamentado com direitos e deveres mínimos de capacitação para exercer a função no mercado e o destaque exigem muito mais do que apenas talento e paixão”, conta o fotógrafo.
Nas redes sociais, notadamente no Instagram, onde conta com quase 80 mil seguidores, Rosarii compartilha uma miríade de registros, desde casamentos até ensaios de gestantes e debutantes. No entanto, foi o ensaio mais pessoal que trouxe sua notoriedade: as fotografias de sua avó, Dona Bezinha. O impacto foi tão extraordinário que até Luciano Huck repostou.
O percurso do fotógrafo, contudo, não foi isento de desafios. Criado no interior, seu primeiro contato com a arte foi por meio da mãe, uma artista que pintava desenhos em calças jeans. A incursão na adolescência em cursos de Photoshop, Lightroom e Dreamweaver e as aulas ministradas por ele próprio levaram-no ao universo da fotografia. Seu talento floresceu em um laboratório fotográfico, onde, mesmo sem experiência, assumiu o desafio de ser assistente em um casamento.
“O meu trabalho é resultado de muito esforço e prática, não tenho certificação formal. Sou totalmente realizado com a minha carreira e o objetivo é alçar voos cada vez maiores,” enfatiza Rosarii, personificando a trajetória de um artista que transformou sua paixão em uma carreira extraordinária.
A representatividade na fotografia
Thiago Rosarii destaca a importância da representatividade, especialmente por ser um homem negro na comunidade. Ele também explica como aborda a questão da diversidade e busca ser uma referência para outros fotógrafos negros, não apenas em termos de estilo artístico, mas também como um exemplo inspirador para aqueles que buscam ingressar na profissão.
De acordo com o fotógrafo, a escravidão no Brasil não nos permitiu ter acesso com as mesmas condições e facilidades em que os grupos privilegiados como donos das terras e riquezas que aqui se estabeleceram. A facilidade do contato ao avanço tecnológico e artístico era cômodo.
“É recente o histórico sofrido e o difícil processo de mobilização em prol da ascensão do povo negro para uma vida mais digna. Nesse período de adaptação e sobrevivência pós escravatura, a fotografia já existia como fonte inspiradora na vida de muitos brasileiros e como item de documentação e memórias de famílias que podiam pagar pelas imagens”, ressalta.
Ele acrescenta, que atualmente esse referencial da fotógrafa preta, do fotógrafo preto, precisa ser enaltecido de forma ampla para que haja identificação, desejo e interesse no meio do povo preto como um leque maior de possibilidades para atuação em diversos nichos da área. “Embora seja uma arte que necessite de ferramentas de alto custo, a propagação da informação e pensamento que a foto começa com a câmera e sim na mente e no olhar, entenderemos que o maior recurso para criar imagens incríveis é o que conseguimos enxergar. A câmera é só um recurso que guarda aquilo que vemos. Nosso povo preto enxerga com todas as forças, cores, ritmos, texturas e formas que só a gente tem”.
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