A Crise Climática e os desafios dos Territórios Pesqueiros” é o tema do encontro que será realizado neste sábado, 27, na sede do Caranguejo Uçá, Ilha de Deus, periferia de Recife. Estudos sobre o impacto das mudanças climáticas nas áreas de zonas costeiras apontam para os riscos do avanço do nível do mar na manutenção dos modos de vida de comunidades tradicionais, extinção da biodiversidade existente, perda de vidas e danos/prejuízos e aos bens e serviços.
Apesar disso, não temos políticas e ações voltadas para a adaptação desses territórios para esses desafios futuros e os impactos que já são sentidos hoje. A despeito da importância desses territórios para história, cultura e economia da cidade, não existe menção a essas comunidades nos principais instrumentos que versam sobre as políticas climáticas da cidade.
A cidade de Recife tem sido apontada internacionalmente como a capital mais vulnerável do Brasil e a 16ª cidade mais vulnerável no mundo, conforme estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC).
São muitas as preocupações voltadas a esse fenômeno que se explica sobretudo pelos efeitos dessa crise: eventos extremos, aumento do nível do mar, desertificação, pandemias, extinção de espécies da fauna e flora e toda reverberação na economia e modos de vida de várias populações.
Esses efeitos se acentuam sobretudo dentro de contextos já vulnerabilizados pela falta de políticas públicas e concentração de demarcadores históricos de desigualdade como raça, gênero e região, que fazem com que determinados grupos sejam mais expostos e impactados que outros.
Levando em consideração esse contexto, propomos a realização do Encontro das Comunidades ribeirinhas e pesqueiras sobre adaptação às mudanças climáticas.
Esperamos reunir no encontro lideranças comunitárias, representantes de organizações da sociedade civil organizada, pescadores e pescadoras, pesquisadores, parlamentares e representações da gestão municipal.
Texto colaborativo: Edson Fly e José Vitor Gomes dos Santos