Casa na favela de Belo Horizonte vence concurso internacional

Crédito: Leonardo Finotti / ArchDaily

A Casa do Kdu no Cafezal, localizada no Aglomerado da Serra, periferia de Belo Horizonte, venceu o prêmio internacional de arquitetura da ArchDaily 2023, tendo sido votada a Casa do Ano.

Segundo o ArchDaily, “a casa representa um modelo construtivo que utiliza materiais próprios da periferia, com uma implantação adequada e atenção à iluminação e ventilação, resultando em um espaço com grande qualidade ambiental”.

A casa do artista Kdu dos Anjos, que tem o projeto do Coletivo Levante disputou entre milhares de projetos, e chegou entre os 75 projetos que passaram para a última fase do concurso, e ficando entre as 15 melhores obras de arquitetura que foram publicadas em 2022.

O concurso é uma promoção do portal Archdaily, o Prêmio Building of the Year 2023 (Prêmio Construção do Ano 2023). O resultado foi anunciado na última segunda-feira, dia 23/02.

O projeto foi o único de impacto social e venceu a concorrência de outros 1,6 mil imóveis de países como Vietnã, Índia, Alemanha e México.

Crédito: Reprodução / @coletivo.levante

Localizada numa rua do Serrão sem CEP, água encanada e energia legal, a Casa no Pomar do Cafezal foi construída como o resto do bairro: pelos próprios moradores. Localizada num beco e construída num terreno anguloso de 70m², foram usados modelos estruturais em dois níveis.

A casa foi construída com os mesmos materiais das outras casas que participaram do concurso, mas a forma como os elementos foram utilizados foi o diferencial: técnicas construtivas que permitiram a criação de um espaço eficiente e com qualidade ambiental.

As janelas e portas dali luminosidade e geram ventilação cruzada, resfriando o ambiente. As tubulações de água serem externas ajuda a evitar vazamentos.

As paredes foram construídas com tijolo vazado usado na horizontal, uma mudança sutil que virou a fachada de cabeça para baixo e trouxe benefícios adicionais.
Por serem horizontais, dão forma a uma parede mais larga e com maior inércia térmica, o que se traduz em um ambiente que vai demorar mais a aquecer quando há temperaturas elevadas e a preservar um pouco mais o clima interno quando está frio.

O projeto é dos arquitetos Fernando Maculan e Joana Magalhães, integrantes do Levante, coletivo de voluntários em favelas que reúne profissionais como engenheiros, eletricistas, paisagistas e designers, além de estudantes.

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