De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, entre 2016 e 2020, 61,8% dos casos de feminicidios eram de mulheres negras.
A Bahia é o estado que mais mata mulheres no Brasil. Em 2020, 181 mulheres foram mortas e até setembro de 2021 foram registrados 66 feminicidios no ano, um crescimento de 11,8% se comparado com o mesmo período no ano passado.
Frente a essa realidade, foi inaugurada na última quinta-feira, 25 de novembro, a Casa de Referência Preta Zeferina, localizada na Ladeira do Baluarte, 46, Santo Antônio Além do Carmo, Centro Histórico de Salvador.
A ocupação é organizada pelo Movimento de Mulheres Olga Benário
A inauguração foi organizada para esta data em referência ao Dia Internacional de Luta contra a Violência a Mulher, e em homenagem as irmãs Mirabal, que foram brutalmente assassinadas por lutarem contra a ditadura fascista de Rafael Trujillo, na República Dominicana, em 1960.
Esta é a 7ª casa/ocupação, realizada pelo Movimento de Mulheres Olga Benário no Brasil e na América Latina, construída numa escola municipal abandonada há quase 10 anos. A Casa Preta Zeferina é a 1ª ocupação do movimento na região nordeste do país.
A Casa Preta Zeferina nasce como forma de denunciar os dados alarmantes de assassinatos de mulheres no estado da Bahia e conta com uma equipe de profissionais que oferecerão atendimento psicológico, de assistência social e orientação jurídica às vítimas de violência.
O Movimento de Mulheres Olga Benario já possui outras seis casas, todas fruto de ocupações e sem nenhum financiamento de empresas.
O nome Zeferina homenageia uma mulher negra, de origem angolana e que foi trazida criança para o Brasil, em Salvador.
O Centro Histórico de Salvador, no Pelourinho, é o local onde ocorriam torturas de escravizados da cidade, a casa leva nome de uma ex-escravizada, que lutou por sua libertação e de outros aprisionados, fundando o Quilombo Urubu, que abrigou negros, indígenas e escravos fugitivos.
Zeferina, também organizou uma insurreição para assassinar brancos escravocratas da cidade.
Pela necessidade de mais locais que oferecem suporte às vítimas de violência, o objetivo da casa é iniciar os atendimentos nos próximos dias.
Para isso, além de voluntários, o local precisa de doações em alimentos, produtos de limpeza e doações em dinheiro, que pode ser através do pix: movimentoolga@gmail.com ,para que o espaço possa servir para acolher as mulheres vítimas de violência da melhor forma.
Outras informações através do telefone: (71) 9 9101-9876
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