Caso Maria Eduarda: menina é homenageada na Escola Daniel Piza

A mãe de Maria Eduarda, Rosilene Alves, veste a camisa oficial do time de basquete do Flamengo com o nome da filha. Ao lado, o pai da menina Antônio Alfredo da Conceição (Créditos: Mano George / ANF)

Comunidades e unidades escolares municipais de Acari, Costa Barros, Fazenda Botafogo, Pavuna e adjacências se encontraram na Escola Municipal Jornalista e Escritor Daniel Piza durante o último dia 06. O objetivo era homenagear Maria Eduarda da Conceição, assassinada com tiros de fuzil no pátio no último dia 30, e clamar pela paz nas escolas do Rio. Autoridades, pais, alunos, diretores, professores e atletas do Flamengo participaram do evento. Na cerimônia, Maria Eduarda recebeu o título de atleta oficial do time.

A data foi marcada por muita emoção, lamento e saudade da jovem, que sonhava jogar basquete em seu time de coração, o Flamengo. Representantes de vilas olímpicas e diversas escolas municipais da região da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), a qual pertence a E.M. Daniel Piza, participaram da cerimônia ecumênica, que reuniu católicos, umbandistas, evangélicos e outras religiões. O evento contou ainda com a presença da coordenadora da 6ª CRE Rejane Faria, o secretário municipal de educação, esportes e lazer Cesar Benjamin, a ex-presidente do Clube de Regatas do Flamengo e atual subsecretária de esportes e lazer Patrícia Amorim, além de integrantes da equipe de basquete do time da Gávea.

Em meio à comoção, o técnico do time de basquete rubro-negro José Alves Neto entregou à mãe de Maria Eduarda, Rosilene Alves, uma camisa oficial do clube com o nome da menina. A equipe campeã de basquete da escola também tomou a palavra, através do capitão do time e entoou um grito de guerra em homenagem a Eduarda, arrancando aplausos dos presentes e o desejo por mudanças em todas as comunidades do entorno do Complexo da Pedreira. A quadra da escola também ganhou o nome da jovem assassinada. “Esse é o momento de mantermos viva a esperança e a memória da nossa brilhante atleta”, afirmou a coordenadora da 6ª CRE Rejane Faria.

Para o conselheiro municipal de cultura da Zona Norte e diretor presidente da ONG local Rongo (Região Nacional de Grafite Organizado) Carlos André, o momento pede por transformações:

– É hora de mostrarmos o que tem de bom na favela. Nosso bairro só é conhecido pelas notícias ruins. Nós queremos reverter esse quadro, mostrar para as pessoas que temos muitos talentos na cultura e no esporte, mas só precisamos de oportunidades e mais atenção dos nossos governantes, resume.

 Veja as fotos do evento na galeria.

 

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Mano George
George Fernando Coelho, nascido no Rio de Janeiro em 23 de abril de 1981, conhecido popularmente por Mano George. É jornalista formado em comunicação social nas Faculdades Integradas Hélio Alonso, e passou a adquirir o perfil de "Mano" ao seu nome, após iniciar carreira musical como rapper do antigo grupo Aliados de Deus e trabalhar como locutor nas rádios das comunidades do Lagartixa, Quitanda e Pedreira, localizadas no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, zona norte do Rio. Trabalhou como correspondente do site Viva Favela e do portal Radiotube há mais de 7 anos, além de trabalhar na empresa Graça e Paz Multimídia atuando na Rádio Graça e Paz FM como apresentador e repórter de 2003 a 2011. Foi assessor de imprensa do jogador de futebol Julio Cesar, volante do Boa Vista, pelo carioca em 2011/2012. Foi assessor de imprensa do candidato a vereador Xandinho Jogador, nas eleições 2016, além de ter sido jornalista do Sintrasef (Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do RJ) 2013/2015. Foi assessor de imprensa do Superintendente da Pavuna Itagibe Cabral, no início do governo Marcelo Crivella, na Prefeitura do Rio. Hoje é correspondente da ANF, jornalista do Programa Favela Recebe pela Outro Lado Produções e assessor de imprensa do Museu do Grafite.