O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na manhã desta sexta-feira dados do Censo 2022, que identificaram 12.348 Favelas e Comunidades Urbanas no Brasil, onde viviam 16.390.815 pessoas, o que equivalia a 8,1% da população do país. Em 2010, foram identificadas 6.329 Favelas e Comunidades Urbanas, onde residiam 11.425.644 pessoas, ou 6,0% da população do país naquele ano.
O IBGE pesquisa as Favelas e Comunidades Urbanas desde 1950 e vem aprimorando a abordagem deste tema nos censos demográficos. Há uma dificuldade inerente para dimensionar esses territórios que são muito dinâmicos e, em grande parte, não têm limites oficialmente estabelecidos ou domicílios cadastrados.
O Censo Demográfico tem por objetivo contar os habitantes do território nacional, identificar suas características e revelar como vivem os brasileiros, produzindo informações imprescindíveis para a definição de políticas públicas e a tomada de decisões de investimentos da iniciativa privada ou de qualquer nível de governo. E também constituem a única fonte de referência sobre a situação de vida da população nos municípios e em seus recortes internos, como distritos, bairros e localidades, rurais ou urbanas, cujas realidades dependem de seus resultados para serem conhecidas e terem seus dados atualizados.
Em 2010, pela primeira vez, foi divulgada a população de cada uma das favelas e comunidades urbanas encontradas pelos recenseadores do IBGE.
“Nos anos que antecederam o Censo 2022 foi sendo ampliado o diálogo com organizações e entidades representativas das favelas e comunidades, que não só participaram da operação censitária, como atuaram na redefinição da terminologia utilizada pelo IBGE, que substituiu a designação “Aglomerados Subnormais” para “Favelas e Comunidades Urbanas”. Disse Cayo Franco, coordenador de Geografia do IBGE.
Na fase final de apuração do Censo 2022, o IBGE realizou a campanha “Favela no Mapa” em parceria com o Instituto Data Favela e a Central Única das Favelas (Cufa), com o objetivo de garantir a cobertura completa do Censo demográfico nas favelas e comunidades urbanas. A campanha nacional foi importante para que aqueles domicílios e moradores ainda não recenseados nestes territórios tivessem a oportunidade de fazer parte do retrato da realidade nacional.
Com mais de 72 mil moradores, a favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, segue como a mais populosa do país, entre as 12.348 Favelas e Comunidades Urbanas do país, seguida por Sol Nascente, em Brasília (DF), com 70.908 habitantes e Paraisópolis, em São Paulo (SP), com 58.527 pessoas. A Região Sul não tem nenhuma favela entre as 20 mais populosas do país.
Lista das 20 maiores Favelas do país de acordo com a população:
- Rocinha – Rio de Janeiro (RJ) – 72.021 moradores
- Sol Nascente – Brasília (DF) – 70.908 moradores
- Paraisópolis – São Paulo (SP) – 58.527 moradores
- Cidade de Deus/Alfredo Nascimento – Manaus (AM) – 55.821 moradores
- Rio das Pedras – Rio de Janeiro (RJ) – 55.653 moradores
- Heliópolis – São Paulo (SP) – 55.583 moradores
- Comunidade São Lucas – Manaus (AM) – 53.674 moradores
- Coroadinho – São Luís (MA) – 51.050 moradores
- Baixadas da Estrada Nova Jurunas – Belém (PA) – 43.105 moradores
- Beiru / Tancredo Neves – Salvador (BA) – 38.871 moradores
- Pernambués – Salvador (BA) – 35.110 moradores
- Zumbi dos Palmares/Nova Luz – Manaus (AM) – 34.706 moradores
- Santa Etelvina – Manaus (AM) – 33.031 moradores
- Baixadas da Condor – Belém (PA) – 31.321 moradores
- Colônia Terra Nova – Manaus (AM) – 30.142 moradores
- Jacarezinho – Rio de Janeiro (RJ) – 29.766 moradores
- Vila São Pedro – São Bernardo do Campo (SP) – 28.466 moradores
- Cidade Olímpica – São Luís (MA) – 27.326 moradores
- Chafik / Macuco – Mauá (SP) – 26.835 moradores
- Grande Vitória – Manaus (AM) – 26.733 moradores
A favela da Rocinha também está no topo da lista de maiores favelas e comunidades urbanas do Brasil pela quantidade de domicílios, seguida de Rio das Pedras, também no Rio de Janeiro.
Lista das 20 maiores Favelas do país de acordo com número de lares
- Rocinha – Rio de Janeiro (RJ) – 30.371 domicílios ocupados
- Rio das Pedras – Rio de Janeiro (RJ) – 23.846 domicílios ocupados
- Sol Nascente (ARIS – Sol Nascente) – Brasília (DF) – 21.889 domicílios ocupados
- Paraisópolis – São Paulo (SP) – 21.442 domicílios ocupados
- Heliópolis – São Paulo (SP) – 20.205 domicílios ocupados
- Coroadinho – São Luís (MA) – 16.741 domicílios ocupados
- Cidade de Deus/Alfredo Nascimento – Manaus (AM) – 15.872 domicílios ocupados
- Beiru / Tancredo Neves – Salvador (BA) – 15.618 domicílios ocupados
- Comunidade São Lucas – Manaus (AM) – 15.469 domicílios ocupados
- Pernambués – Salvador (BA) – 14.649 domicílios ocupados
- Baixadas da Estrada Nova Jurunas – Belém (PA) – 13.077 domicílios ocupados
- Jacarezinho – Rio de Janeiro (RJ) – 10.936 domicílios ocupados
- Vila São Pedro – São Bernardo do Campo (SP) – 10.273 domicílios ocupados
- Zumbi dos Palmares/Nova Luz – Manaus (AM) – 9.720 domicílios ocupados
- Baixadas da Condor – Belém (PA) – 9.638 domicílios ocupados
- Santa Etelvina – Manaus (AM) – 9.301 domicílios ocupados
- Jardim Oratório – Mauá (SP) – 9.189 domicílios ocupados
- Chafik / Macuco – Mauá (SP) – 9.158 domicílios ocupados
- Cidade Olímpica – São Luís (MA) – 8.923 domicílios ocupados
- Colônia Terra Nova – Manaus (AM) – 8.692 domicílios ocupados
O Brasil tem mais de 12,3 mil favelas e comunidades urbanas. Nesses locais, vivem mais de 16,3 milhões de pessoas, o que corresponde a 8,1% do total da população.
O IBGE mapeou favelas e comunidades urbanas em 656 municípios brasileiros. Somente o estado de São Paulo apresentava mais de 3,1 mil favelas e comunidades urbanas, concentrando 25,3% do total. Já o Rio de Janeiro contabilizava mais de 1,7 mil locais do tipo.