Hoje, 29 de março, completa 50 anos desde o episódio ocorrido durante o período da ditadura militar, o qual ficou conhecido como Chacina de Quintino.
Em 29 de março de 1972, na zona norte do Rio de Janeiro, um atentado policial resultou na morte de Antônio Marcos Pinto de Oliveira, Ligia Maria Salgado Nóbrega e Maria Regina Lobo Leite de Figueiredo.
O trio constituía a organização de extrema-esquerda chamada Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR – Palmares), e participava da resistência armada contra a ação policial.
Naquele dia, os três integrantes foram assassinados pelos agentes do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna), um órgão subordinado ao Exército, usado como arma contra o antimilitarismo.
Apenas um membro conseguiu escapar com vida, James Allen da Luz, fugindo pelos fundos da casa em direção à linha de trem que corta o bairro.
O caso
Primeiramente, a história foi tratada como caso de “legítima defesa”, alegando que os policiais foram recebidos a tiros ao invadirem a casa em que o grupo de guerrilha urbana se encontrava. Porém, em 2013, a narrativa foi reformulada pela Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-Rio), a qual recolheu relatos de vizinhos que estavam presentes durante a execução, e segundo eles, os agentes de segurança chegaram à vila durante a tarde, permanecendo escondidos no local.
Os moradores foram avisados a não saírem de suas casas e, depois de serem informados, os agentes estatais iniciaram a ação. Além disso, a CEV-Rio teve acesso à alguns documentos confidenciais, constatando não haver qualquer resquício de pólvora nas mãos dos cadáveres, provando que não houve um confronto armado, mas sim, um disparo de balas cometido apenas pelo grupo policial.
Esta matéria foi criada em memória daqueles que lutaram contra um modelo de governo autoritário, o qual utilizava a violência e o extermínio para reprimir valores individuais e manifestações contra o regime militar. É essencial ressaltar a importância da liberdade sociopolítica de expressão como direito básico, principalmente, em tempos de um governo de extrema-direita, onde os ideais militares, e a violência policial contra pessoas inocentadas, seguem intactos.
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