Chacina do Cabula: ato em memória aos 12

Crédito: Divulgação

O movimento Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto e familiares das vítimas da chacina do Cabula realizaram um ato público neste domingo (6), na Vila Moisés, no Cabula, em Salvador, onde aconteceu a Chacina do Cabula.

A data marca os 7 anos da ação da Polícia Militar que deixou 12 jovens, homens, negros entre 16 e 27 anos mortos no bairro da Cabula, em Salvador, e segue sem solução.

A Chacina do Cabula ocorreu em 6 de fevereiro de 2015, em um campo de futebol próximo à Estrada das Barreiras. A mata verde foi colorida de vermelho-sangue e os assassinos, impunes pela coreografia jurídica estatal.

Todos foram executados por PMs, funcionários do Estado da Bahia, em uma operação das Rondas Especiais (Rondesp). Segundo as investigações, a motivação dos policiais para os assassinatos seria um tipo de vingança.

Outras seis pessoas da comunidade foram baleadas aleatoriamente pelos 143 tiros disparados, mas sobreviveram.

Nove policiais são réus pelo crime, em 2015, chegaram a ser julgados e absolvidos, mas a sentença foi anulada após pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Os PMs aguardam um novo julgamento em liberdade, sem previsões de quando serão levados ao júri.

O Massacre da Vila Moisés segue em segredo de justiça e já foi denunciado na ONU e na OEA, incluindo ameaças frequentes sofridas por familiares das vítimas e integrantes da Organização Reaja ou Será Morta/o, que acompanha o caso.

Ato em memória às 12 vítimas da ‘Chacina do Cabula acontece neste domingo (Foto: Divulgação/ Reaja)

O teve a leitura de uma carta em memória às vítimas, e de “enfrentamento ao silêncio e luta contra o genocídio e ódio racial que vem se mantendo ao longo do anos no Estado”. 

Vidas negras importam

07 anos depois, as favelas ainda recebem como oferta prioritária de política pública, a mão armada do Estado.

O país ainda ecoa estarrecido diante do brutal assassinato do imigrante congolês, Moïse Kabagambe, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Explícita, é essa política macabra e covarde de aniquilação dos corpos pretos. Contudo, os movimentos negros e sociais tem se levantado diariamente contra esta barbárie e cobrado por justiça humanitária.

A manifestação é uma forma de exigir uma resposta do governo sobre o acontecido. Após sete anos, o caso segue sob análise da Justiça da Bahia. 

Crédito: Divulgação

Nome e idade das vítimas

Evson Pereira dos Santos, 27 anos, Ricardo Vilas Boas Silvia, 27 anos, Jeferson Pereira dos Santos, 22 anos, João Luis Pereira Rodrigues, 21 anos, Adriano de Souza Guimarães, 21 anos, Vitor Amorim de Araujo, 19 anos, Agenor Vitalino dos Santos Neto, 19 anos, Bruno Pires do Nascimento, 19 anos, Tiago Gomes das Virgens, 18 anos, Natanael de Jesus Costa, 17 anos, Rodrigo Martins de Oliveira, 17 anos, e Caique Bastos dos Santos, 16 anos.

O Cabula segue vivo, contra todo revés. Quilombo atento contra as covardias institucionalizadas do invasor.

Cabula vive!

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