A história do artista Benjamin de Oliveira talvez não fosse de conhecimento do grande público até o desfile do Acadêmicos do Salgueiro com a história do primeiro palhaço negro no Brasil. Até o marechal Floriano Peixoto, segundo presidente do Brasil (1891-1894), o “marechal de ferro”, admirava o seu trabalho.
Mas Benjamin era um palhaço negro, portanto relegado ao esquecimento. Foi a partir daí que os salgueirenses, que sempre buscam valorizar a raiz do povo negro, trouxeram para avenida os encantos circenses, também problematizando o papel dos negros na sociedade. Além dos artistas que sempre desfilam, a agremiação também trouxe familiares de Benjamin para a Sapucaí e eles cantavam, emocionados, trechos como ‘Aqui o negro não sai de cartaz’.
Apesar do trabalho de resgaste histórico e cultural necessário, o desfile não empolgou tanto ao mesclar samba com circo, embora tenha sido, uma apresentação regular e sem sustos, acrescida de belas fantasias e alegorias.