O Ministro Nelson Teich, da Saúde, é a principal vítima da live promovida pela Federação das Indústrias de São Paulo ontem, 14, com o presidente Jair Bolsonaro. Obstinado nas suas apostas, ele criticou o uso restrito de cloroquina no combate à pandemia a casos graves somente e sentenciou: “Não pode mudar o protocolo agora? Pode mudar e vai mudar”. Referia-se ao procedimento adotado pelo ministério com base nos estudos internacionais inconclusivos sobre a droga e os riscos colaterais comprovados de sua prescrição, inclusive cardíacos.
Foi o suficiente para Nelson Teich pedir o boné e deixar o governo a dois dias de completar um mês no cargo. Ele foi convidado por Bolsonaro para assumir a pasta para equilibrar as ações da pasta minimizar o impacto econômico das medidas de restrição. Chegou a dizer que o país “não sobrevive um ano parado” e defendeu um “plano de saída”, com medidas avaliadas de acordo com o cenário de cada local.
O ministro chegou a programar o anúncio de um plano que previa diferentes níveis de distanciamento a serem aplicados por estados e municípios, com base na avaliação de diferentes indicadores. Seguia esta linha, contestada pelos secretários estaduais de saúde, quando foi atropelado pela transmissão via internet promovida pela Federação das Indústrias de São Paulo considerada por Teich “a gota d’água”. Ele pediu para sair agora pela manhã.