O Coletivo Coração Negro, prestou homenagem ao defensor da luta dos povos originários em Pernambuco, Francisco de Assis Araújo, mais conhecido como Xicão Xucuru. A cerimônia aconteceu no último sábado, 20, na Arena Futuro Society, localizada no Alto da Boa Esperança, Córrego da Fortuna – Dois Irmãos, Zona Leste de Recife. Na ocasião foi inaugurada a gelateca antirracista.
O Cacique Xicão, foi assassinado a tiros em 20 de maio de 1998, aos 46 anos, em Pesqueira, 214 km de Recife, por defender o direito à terra, à soberania e autonomia dos povos indígenas, e principalmente, por liderar as retomadas de territórios Xukuru com luta e coragem.
O trabalho desenvolvido por Xicão acompanhado pela comunidade teve como resultado o resgate do respeito às suas reivindicações e a melhoria da qualidade de vida. Considerado uma das maiores lideranças da construção da resistência dos povos originários do Brasil, Xicão Xucuru foi homenageado com título de patrono dos povos indígenas de Pernambuco.
A Lei estadual 17.002 que deu o título de patrono para Xicão Xukuru foi proposta pelo deputado Isaltino Nascimento para homenagear o grande cacique e toda a população Xukuru no estado com a quarta maior população de indígenas do Brasil. Pernambuco tem uma população de mais de 45 mil indígenas, distribuídos em 16 territórios de 12 nações.
Para o professor de cultura indígena Sidcley Xucuru: “Quando vemos projetos que se propõe a disseminar a cultura indígena através da literatura percebemos o quanto estamos ocupando nossos espaços… estamos hoje vivendo um momento em que a diversidade de experiências culturais é o nosso valor maior.”
“A ideia da Gelateca Antirracista surgiu a partir dos questionamentos que eu fazia na faculdade, das referências de filósofos que eram apresentados, e eu tinha sede de conhecer filósofos negros e indígenas, de como estes intelectuais pensavam e de como podiam influenciar minhas ideias sobre o mundo”, comenta Vitória Santos, idealizadora e coordenadora do Coletivo Coração Negro.