O Coletivo Coração Negro, inaugurou a Gelateca Antirracista Carolina Maria de Jesus, na sede da ONG Pazear, localizada na comunidade VI Etapa, Rio Doce, Olinda-Pe.
Gelateca- a palavra que mistura geladeira com biblioteca, teve seu lançamento no último sábado, dia 02 de abril e contou com a presença da Afroempreendedora e Ativista Negra Danny.
Na programação ainda teve contação de histórias com a pedagoga Mônica Ferreira.
“A ideia da Gelateca Antirracista surgiu a partir dos questionamentos que eu fazia na faculdade, das referências de filósofos que eram apresentados, e eu tinha sede de conhecer filósofos negros, de como intelectuais negros pensavam e de como podiam influenciar minhas ideias sobre o mundo”, comenta Vitória Santos, idealizadora e coordenadora do Coletivo Coração Negro.
Vitória é formada em Rádio e Tv, e é empreededora social. Para ela, saber o que se passava nas espitemis negras virou numa necessidade, e isso se intensificou depois de fazer o curso “Fazedoras de memorias negras” pela Casa Sueli Carneiro, onde os estudos foram focados em pesquisas, acervos e memórias negras; a partir disso a semente ficou plantada.
“Tive a ideia então de materializar a Gelateca Carolina Maria de Jesus, uma Gelateca Antirracista, para que, nós, pessoas negras, pudéssemos ter acesso a livros escritos por gente preta. Valorizar esses intelectuais é um movimento contra colonial, de fato! Um acervo de memórias e contribuição literária negra dentro de uma favela é revolucionário demais”, destaca Vitória.
Todo o processo foi feito a partir de voluntariado e doações. Foi trazida a identidade da Gelateca e Carolina de Jesus, foi a homenageada. Ela foi uma catadora que revolucionou a literatura brasileira se tornando uma das melhores escritoras do Brasil.
“Apresentar Carolina para comunidade é mostrar as possibilidades e potencialidades que com certeza irá servir de inspiração. Fizemos um pequeno mutirão, chamamos uma Grafiteira do bairro e unimos força nesse projeto, eternizando o legado de Carolina aqui na comunidade do CSU em Rio doce- Olinda”, afirma Vitória.
A Gelateca Antirracista é uma forma de não só integrar as pessoas à luta mas também abrir a possibilidades de serem antirracista na prática, trazer a responsabilidade para todos os cidadãos, afinal o combate ao racismo é um dever de todos, construir uma sociedade melhor é um dever coletivo e poder ligar tudo isso tudo a educação vai ser, esta sendo transformador.
O cuidado está desde a escolha dos livros, às editoras escolhidas, como a editora Mostarde e Ananse que são de empreendedores negros, e predominantemente escritores negros; comprando esses livros, as pessoas estão comprando de empreendedores negros, escritores negros e direcionando para leitores negros também!
Acesso do público
A Gelateca irá funcionar todos os dias a semana, para que as crianças da comunidade possam ler os livros e participem das atividades literárias.
Para ter acesso a empréstimo de livros será solicitado um valor simbólico, que vai variar de acordo com gênero literário e o fim do empréstimo.
No caso de pesquisas o prazo é um pouco maior, para livros de contos e poesias esse o prazo pode variar, toda uma metodologia vai ser testada para que esse tesouro seja bem cuidado e que muitos pessoas possam ter acesso.
A mensagem que queremos passar com isso é a mesma da grandiosa Angela Davis:” Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista.” seja antirracista na prática, impulsionando negócios e trabalhos feitos por pessoas negras. Avante!
Colaborou para a realização desta matéria, Vitória Santos, coordenadora do Coletivo Coração Negro.
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