Coletivo une artistas trans de todo o Brasil

Movimento realiza arte como forma de resistência e tece redes de apoio e afeto.

Petter Levi declamando poesia e outros integrantes do coletivo assistindo. Créditos: Transpoetas

Assim como muitos outros projetos, o Transpoetas (Movimento Poético Nacional de Artistas Transgeneres), apesar de ser uma ideia mais antiga, ganhou corpo durante a pandemia de Covid-19.  Mesmo com a distância física, os integrantes do movimento encontraram meios virtuais de criar uma rede e produzir conteúdo.

Através do instagram, o coletivo produz lives onde acontecem sarais, debates e apresentações musicais, além de publicar artes e indicação de outros trabalhos dos artistas que compõem o grupo. Outro quadro interessante presente no perfil é o “pessoas trans na história” onde é contada a história de diferentes personalidades trans. O coletivo também conta com uma zine, vencedora de um edital do governo do estado do Rio de Janeiro, que pode ser acessada gratuitamente, além de uma coluna de artigos no site da Mídia Ninja.

O movimento já participou de eventos presenciais neste ano, como convidado para atos como pelo dia da visibilidade trans e pelo dia da visibilidade transmasculina, que aconteceram na Cinelândia no Rio de Janeiro. Entretanto, a maior parte do trabalho realizado pelo grupo ainda é no instagram e no whatsapp.

A ANF conversou com dois integrantes do coletivo, que contaram a sua experiência fazendo parte do movimento.

Petter Levi e seu animal de estimação, Filomena. Créditos: Arquivo Pessoal

Petter Levi, 33 anos, é morador de Guadalupe no Rio de Janeiro e consultor de Mídias Sociais. Ele fez parte da estruturação do coletivo, teve contato com a ideia através dos criadores iniciais em um encontro promovido pela Liga Transmasculina Carioca na Cinelândia em Janeiro de 2020 e se pôs a disposição para agregar nas redes sociais devido ao trabalho que já fazia.

Para ele, o movimento é acolhimento, ponto seguro de paz e troca. “O coletivo foi para além do movimento artístico poético se transformando em família, cuidado, respeito e afeto. Pra muites, somou-se a terapia, como eu…”

Também conversamos com Jonas Annouk, 18 anos, agênero e moradore de Goiania, Goiás.

 Jonas Annouk
Jonas Annouk. Créditos: Arquivo Pessoal

Jonas conheceu o coletivo através da barra de recomendados do instagram e desde então, faz parte do grupo de whatsapp do coletivo e já teve trabalhados publicados no perfil do Transpoetas. “O coletivo significa uma parte gigantesca e de uma importância descomunal na minha vida. É um espaço diverso, que abre novas fronteiras e oferece a oportunidade de podermos nos expressar da melhor maneira que sabemos: através da arte e poesia.”

O Transpoetas faz o seu trabalho virtual, alcançando diversas pessoas, em diversas regiões do país, mas pretende expandir para o modo presencial assim que possível. Para finalizar, Petter Levi nos deixa um depoimento, da importância do coletivo na sua vida, mesmo que de forma online: “Gosto do movimento natural que conduzimos e somos conduzidos. Essa energia e esse encontro ainda que, devido a pandemia, seja apenas em rede social. Me trouxe uma nova perspectiva de rede e troca.”

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