A tradicional festa cívica que completa 201 anos, partiu nessa terça-feira (2) do Largo da Lapinha com os carros alegóricos dos caboclos, que desfilam no Centro Histórico até o Campo Grande, onde ficam para visitação pública.
“Com tiranos não combinam brasileiros corações “ é o refrão do Hino ao 2 de julho, hino oficial da Bahia. A data é celebrada com um feriado estadual e leva às ruas da capital baiana milhares de pessoas no cortejo que reune grupos políticos, artísticos e movimentos sociais.
Crédito: Claudia Correia
De grande valor histórico, a manifestação reverencia a luta popular , com a participação de negros escravizados e indígenas , que expulsou as tropas portuguesas do Brasil, em 1823, consolidando a independência do país.
Esse ano, o presidente Lula marcou presença no desfile pela manhã , que contou com grupos políticos, entidades sindicais, fanfarras escolares , filarmônicas, coletivos artísticos, indígenas e rodas de capoeira.
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Na comitiva oficial , o prefeito de Salvador Bruno Reis (União Brasil), o governador Jerônimo Rodrigues(PT), além de secretários e parlamentares foram seguidos por uma multidão. Candidatos e candidatas à vereança levaram grupos de percussão e bandeiras partidárias para chamar atenção do eleitorado.
Protestos
Muitos movimentos sociais aproveitaram o desfile para levar às ruas reivindicações por direitos à moradia, reparação salarial,liberdade religiosa e sexual e preservação ambiental. O movimento LGBTQIA+ denunciou os crimes de homofobia e a fragilidade das políticas públicas para o segmento.
Os coletivos SOS Buracão, do Rio Vermelho e dos moradores de Stela Maris e Abaeté denunciaram os crimes ambientais e a expansão imobiliária, que destroem o patrimônio natural na cidade e agravam a crise climática.
A Rede de enfrentamento à violência contra as mulheres,composta por vários grupos feministas, protestou contra o Projeto de Lei 1904 que tramita no Congresso Nacional. O PL criminaliza as vítimas de estupro ao equiparar o aborto legal após a 22a semana de gestação ao crime de homicídio. Com palavras de ordem “Fora Lira” e “Criança não é mãe, estuprador não é pai” as ativistas distribuíram lenços verdes e exibiram uma grande faixa com a mensagem “Nem presa, nem morta” .
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Para a coordenadora do coletivo Tamojuntas a advogada feminista Letícia Ferreira o adiamento da votação do PL 1904 foi uma pequena vitória. “ Precisamos continuar na luta para que essa pauta, da descriminalização do aborto e dos direitos das mulheres, seja de toda a sociedade”, afirmou durante o cortejo.
Igualdade Racial
O Coletivo Agbara Dudu ( Poder Preto em iorubá) desfilou com faixas exigindo maior representatividade de pretos e pretas no poder,em todas as esferas de governo e nos três poderes. A centenária Associação Protetora dos Desvalidos -SPD e a Rota dos Quilombos se associaram ao grupo para protestar contra o racismo e por igualdade racial na disputa eleitoral em Salvador, cidade com expressiva população negra.
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Os indígenas baianos também marcaram presença na festa com cânticos e manifestações em defesa da demarcação dos territórios e contra o marco temporal.
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