“Começando pelo prato principal”

Créditos: Ana Beatriz Moda

E já tivemos o primeiro desfile da noite. A Unidos de Bangu inaugurou o sábado de desfiles, com o enredo “Do ventre da terra, raízes para o mundo”, que contou a importância da agricultura e do combate à fome, com um recado direto pedindo consciência das autoridades no combate à fome e miséria. A partir do ponto de vista mitológico de como surgiu a batata, a escola fez um passeio pela evolução das técnicas de seu cultivo ao longo dos séculos.

A comissão de frente trouxe o cenário dos agricultores incas cultivadores de batatas e a impressionante devoção aos deuses que culmina com a Inti-Raymi (Festa do Deus Sol). As 19 alas da escola trouxeram entidades, momentos históricos de fome, e a forte presença da figura da batata em diferentes sociedades e épocas, desde tempos primitivos até a batata frita. Os 4 carros alegóricos também mostraram importantes papéis sociais da batata.

A Unidos de Bangu, que é a mais antiga escola da zona oeste da cidade ainda em atividade, e que chegou a ficar desativada por crise financeira, entre 1998 e 2013, busca se recolocar entre as grandes. Desde que retornou, ganhou a série B em 2014 e 2017, e ano passado conseguiu a 12ª colocada no grupo de acesso, o qual já conquistou em 1957 e 1962.

Momentos antes do desfile, entrevistamos Lexa, cantora e a rainha da bateria “Caldeirão da Zona Oeste”, que veio fantasiada do poder afrodisíaco e nos contou sobre sua participação no desfile: “Estou muito feliz de estar pelo segundo ano à frente da bateria da Bangu, com muito carinho, muito amor, muita gratidão. Vai ser lindo hoje, vai ser incrível. Se Deus quiser a gente vai subir. A escola é muito guerreira, muito batalhadora, torço muito para que isso aconteça.”

Créditos: Ana Beatriz Moda

Na avenida, a escola teve alguns problemas de harmonia no final do desfile, principalmente com a última alegoria. Inclusive dois dedos de um dos personagens deste último carro caíram ainda na concentração, e a escola deve ser penalizada. Apesar desses problemas, o enredo foi muito cantado pela torcida, que marcou presença nos setores iniciais.

Créditos: Ana Beatriz Moda/Caio Ferraz