Sopão comunitário consiste na predisposição de moradores (as) preocupados (as) com o bem-estar social, com dedicação, cooperação e higiene produzem sopa para ser servida em copos ou pratos a população do gueto.
Segundo Jailson da Silva Santos,46, padeiro, morador da Santa Cruz e sócio proprietário do Mercadinho Brilho do Sol, “não há desperdício de alimentos aqui, compramos 300 kg de produtos alimentícios compostos por frutas, verduras e legumes, onde cerca de 10 kg recusados pelos clientes fazemos doações na comunidade para preparo de sopa e 5 kg são destinados ao consumo próprio, ainda levo diariamente algumas bananas para alimentar micos que ficam na árvore localizada na Praça do Samba Elite”.
A iniciativa atende a meta 3 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS12) da Organização das Nações Unidas, que propõe “reduzir pela metade o desperdício alimentar global per capita aos níveis de varejo e consumidor e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo perdas pós-colheita” até 2030.
Desafio contra o desperdício de alimento é conscientizar os varejistas e produtores para a colheita, venda e transporte sustentáveis, assim como a população em geral quanto aos restos de comida jogados no lixo.
Para a Revista Let´s go Bahia, “o peso do desperdício global de comida equivale aproximadamente ao de 23 milhões de caminhões de 40 toneladas totalmente carregadas que, se enfileirados, poderiam dar sete voltas na Terra”.
O alimento pode sofrer machucado durante o transporte ou por conta do processo de embalagem, além disso, muita gente tem o costume de afundar o dedo no produto, atitude que tende a modificar a aparência do alimento e consequentemente ser recusado por outros consumidores.
Neste contexto, Lindomar Evangelista dos Santos, 48, morador do bairro, instrutor de autoescola, comentou: “sempre que posso, eu compro e reaproveito os alimentos defeituosos em casa, inclusive recomendo que a população faça o mesmo, e consuma preparações com casca da banana, caroços da melancia, por exemplo”. Prática do reaproveitamento integral dos alimentos é outra maneira de combater o desperdício.
De acordo com Gílson Souza Gonçalves, 50, proprietário do Sacolão do Bitelo. “Por semana compro cerca de 200 kg entre verduras, legumes e frutas para reposição, destes cerca de 8 kg de alimentos rejeitados pelos consumidores por apresentarem defeitos ou com outra avaria, faço doação para a comunidade realizar o “sopão”, às vezes até levo para casa e consumo com a família”, informa.
Pessoas com dificuldade no acesso aos alimentos por falta de renda, o executivo brasileiro deve fomentar políticas públicas direcionadas a esta parcela da sociedade. Empresas de alimentos também podem desenvolver uma cultura de doação, ao menos para produção de sopas comunitárias.
A Lei n.º 14.016, de 23 de junho de 2020 estabelece práticas de doação de excedentes de alimentos para o consumo humano objetivando o combate ao desperdício. Acesse a referida Lei na íntegra.
As doações acontecem uma vez por semana. Santa Cruz compõe o aglomerado de bairros Nordeste de Amaralina, Chapada do Rio Vermelho e Vale das Pedrinhas, juntos somam cerca de 100 mil moradores em sua maioria de jovens negros que carecem de políticas públicas governamentais.
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