httpv://youtu.be/75GXhKHnK7w
No início do mês de julho, nossa equipe de reportagem foi ao Morro da Mangueira conversar com um grupo de mais de 50 comerciantes que tiveram seus estabelecimentos destruídos pelo choque de ordem do prefeito Eduardo Paes. O alvo dos tratores da prefeitura foram as tradicionais tendinhas e barracas na entrada da quadra da escola de samba Estação Primeira de Mangueira. No mesmo dia em que o BOPE chegou à favela para dar início à militarização, agentes da prefeitura, sem notificar os trabalhadores, começaram a demolir as barracas uma a uma. Revoltados, os comerciantes protestaram, mas não conseguiram impedir a destruição levada a cabo pelo gerenciamento municipal. Nossa equipe conversou com as vítimas desse novo episódio de abuso por parte da prefeitura contra moradores de favelas e bairros pobres no Rio de Janeiro.
Com 68 anos, dona Iracy é uma das mais antigas comerciantes do morro da Mangueira. Ela conta que não quer indenização, mas sim o seu ponto de volta. O local das demolições, embaixo do viaduto da Mangueira, era um tradicional ponto de encontro de sambistas antes dos ensaios e feijoadas na quadra da escola de samba. Segundo os comerciantes, em troca dos seus estabelecimentos, a prefeitura deu a eles barracas de lona sem água e sem luz. O trabalho é dobrado, já que a prefeitura nem ao menos ajuda os trabalhadores a montar as estruturas.