Todos sabem sobre a pandemia que assola o planeta, mas só alguns têm consciência do quanto o vírus é devastador. Não nos falta informações sobre os estragos que o Coronavírus tem causado inclusive em países de primeiro mundo. O grande problema é que existem chefes de estado que preferem não acreditar.
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos eleito em 2016, demorou a tomar medidas protetivas no país que hoje tem 740 mil casos e mais de 39 mil mortes causadas pelo vírus.
Nos EUA existe uma disparidade no número de contágio, onde boa parte dos afetados é de negros. Isso ocorre porque mesmo com as medidas de isolamento social, os serviços tidos como essenciais são, em sua maioria, feitos por negros e muitos deles não têm plano de saúde. Além disso, grande parte da população é obesa ou com doenças pré-existentes, como hipertensão e diabetes, o que coloca as pessoas no grupo de risco.
Ainda não há um número oficial sobre essa disparidade porque muitos estados não divulgam a etnia de seus pacientes. O presidente norte-americano reconhece esse problema, segundo o The New York Times, mas a quantidade de negros mortos pela doença não parou de crescer.
A relação disso tudo com as nossas favelas é que no Brasil temos um presidente que segue a mesma linha de raciocínio de Donald Trump. A relação entre eles conta inclusive com troca de elogios.
No Brasil, boa parte dos serviços essenciais também é feito por negros. Trabalhadores de supermercados e entregadores, por exemplo, recebem uma remuneração baixa e por isso a maioria é de moradores de comunidades, local propenso ao contágio por ser um ambiente superlotado, com pouca ventilação e onde muitos não têm condições econômicas para comprar máscaras e álcool em gel.
Assim como a demora de Trump em adotar medidas, Bolsonaro também não anunciou medidas protetivas direcionadas às favelas, além de ser contra o isolamento total da população. Enquanto isso, seguimos com a sensação de medo e insegurança.