Na quarta-feira, 22, foi apresentada a pesquisa “Crime e polícia no #riodejaneiro: relatos em páginas do Facebook”, o que promoveu um encontro de comunicadores que representaram as mídias de bairros das redes sociais. Fui convidado pra representar o Jornal Fala Manguinhos, comunidade onde moro, junto com minha amiga e também colaboradora Brunna Arakaki. Também contemplei a presença da editora da ANF Julianne Gouveia e pudemos trocar ideia sobre comunicação, favela, enfim…
Um fato engraçado: qualquer uma das páginas analisadas na apresentação da pesquisa de Pablo Nunes, que é pesquisador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) e doutorando, é que muitas regiões têm mais curtidas e moradores do que a cidade onde nasci e fui criado até meus 9 anos, Codó (MA). Quando cheguei ao Rio, pude vivenciar uma realidade com a qual não estava acostumado e não imaginava que a comunicação tivesse o poder de me levar aonde estive.
Conheci a pesquisadora Silvia Ramos, que me elogiou pelo fato de ser tão novo e estar ali – acredito que eu era o mais novo na mesa. A maturidade me foi imposta cedo. Tive que aprender a lidar com ela diante da crise, estresse e humilhação, provações do dia a dia que fizeram com que eu me tornasse escritor, sublimando os traumas e transformando em manuscrito aquilo que vivencio no dia a dia.
A pesquisa mostrou a importância que aquelas mídias têm porque são formadas a partir dos moradores dos respectivos bairros, vindo suprir o vácuo que existia até então. Quando era criança, aprendi que o que era notícia estava na televisão. Hoje, vejo que o que é noticiado é o que eles querem que saibamos, e, portanto, não necessariamente a verdade.
Enquanto houver um favelado sofrendo descaso, vai existir o Tarcísio que noticia. Enquanto eu perceber que somos só vistos como mão-de-obra às margens da exclusão social, vou continuar na missão que objetiva mais diploma que B.O.