No último domingo de Páscoa, 12 de abril, fez um ano do desabamento de dois prédios no condomínio Figueiras do Itanhangá, na Muzema, Rio da Pedras, Rio de Janeiro, matando 24 pessoas. O que aconteceu desde a tragédia? Como os moradores estão vivendo?
Uma comissão formada por moradores do condomínio foi criada para ajudar as famílias que perderam tudo e também as pessoas que moram nos outros prédios do condomínio, que a prefeitura quis demolir, mas a justiça impediu.
A advogada Viviane Oliveira, da comissão local de moradores, acusa a prefeitura de não haver providenciado o aluguel social, como prometido: “Ninguém recebeu qualquer auxílio, todos moram de aluguel por conta própria”.
As demolições pretendidas pela prefeitura tramitam na justiça, ainda sem definição: “Apresentamos a contraprova dos laudos técnicos e temos de aguardar a decisão”. Viviane diz que se a decisão for contrária, centenas de famílias perderão seus apartamentos.
Segundo o membro da Comissão de Moradores do condomínio Valdir Lima, “quem está ‘botando a cara’ são os trabalhadores e moradores do condomínio, que são honestos e estão lutando pela sua moradia, pois ninguém quer morar em local que está caindo nem em área de risco”. Para ele, os duros ataques que a comissão vem sofrendo são decorrentes da especulação imobiliária e da “limpeza social” que o prefeito Marcelo Crivella quer fazer nas comunidades do Rio das Pedras e da Muzema desde o início de seu mandato. Valdir Lima resume o protesto em poucas palavras: “Queremos falar das memórias das pessoas, das vítimas e das opressões que estamos sofrendo”.