No depoimento prestado ontem à Polícia Federal (PF), a defesa do ex-secretário de segurança do Distrito Federal (DF) e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, pediu acesso integral aos autos processo, que já são públicos. A defesa também sinalizou que pode requerer um novo depoimento à PF, em dia 23 de janeiro.
Os advogados optaram por uma “defesa técnica”, buscando brechas no processo para tornar as acusações inconsistentes. Essa tática foi adotada por Rodrigo Roca, principal advogado de Torres, quando atuou na defesa do então senador Flávio Bolsonaro, no caso das “rachadinhas”.
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-secretário executivo de segurança pública do DF, Fernando Oliveira, afirmou que Torres aprovou o plano de ações integradas que serviu de base para o policiamento em 8 de janeiro, dia dos ataques antidemocráticos. Na última quinta, 18, Oliveira prestou depoimento a PF e entregou seu celular para ser periciado.
Ficha corrida
O ex-ministro da segurança de Bolsonaro adotou muitas práticas alinhadas ao comportamento do ex-presidente, como:
- Promoção de bloqueios nas rodovias em 30 de outubro de 2022, domingo de votação do 2º turno. Foram 272 pontos intransitáveis na região Nordeste, onde Lula liderava as pesquisa de intenção de votos;
- Compareceu à casa de Roberto Jefferson para negociar pessoalmente sua rendição. Na ocasião, a PF cumpria mandato revogação da prisão domiciliar e foi recebida a tiros de fuzil e granadas, disparadas por Jeferson;
- Participou das lives promovidas por Bolsonaro em suas redes sociais. Nelas, reforçou a ideia de fraude nas urnas eletrônicas, comprovadamente infundadas segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE);
- Criou um grupo de trabalho para fiscalizar e reforçar a ideia, amplamente divulgada pelos bolsonaristas radicais, de fraudes nas urnas, o que não foi confirmado.
Inquérito
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), senador e líder do governo no Congresso, protocolou no último dia 12 de janeiro um pedido de abertura de inquérito junto ao Superior Tribunal Federal (STF) para investigar a conduta de Torres (União Brasil) e do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), por “tentativa de golpe de Estado.”
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