Conquistas sociais são detonadas pelo bolsonarismo todos os dias

Assédio sexual no trabalho é até incentivado

Em entrevista ao portal Metrópoles, de Brasília, o presidente Jair Bolsonaro disse não ver “contundência” nas denúncias das funcionárias da Caixa Econômica Federal sobre assédio moral e sexual do ex-presidente da instituição, Pedro Guimarães. As vítimas depuseram nos últimos meses contando detalhes das abordagens libidinosas do executivo, como cheirar cangote, passar mão na bunda, tirar sarro, apertar peitos e até abrir porta no hotel vestindo cueca. Mas Bolsonaro não acha isso contundente.

O general Alberto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional da presidência, quando comandou a tropa brasileira no Haiti em missão das Nações Unidas conhecida como Miinustah, foi acusado de acobertar e até incentivar achaques e estupros contra haitianas das mais diversas idades em franca situação de vulnerabilidade social no país em guerra. Soldados trocavam chocolate, moedas, comida, o que elas precisassem, por sexo. A tropa deixou o Haiti debaixo de acusações gravíssimas e o Brasil ganhou uma fama indesejável para a maior parte da sua população.

O presidente que não viu “contundência” no episódio da Caixa é o mesmo que passeava de moto num sábado de folga pela cidade de São Sebastião, na periferia pobre da Brasília e vislumbrou “um clima” rolando entre ele e umas meninas venezuelanas que, segundo ele, estavam na rua para fazer programas sexuais. Mas o que ele fazia naquele local pobre e afastado sozinho numa moto abordando crianças de 14 anos refugiadas em solo brasileiro? Ninguém responde, ninguém sabe…

A falta de “contundência” é a mesma nos três exemplos aqui mencionados e revela a filosofia do governo Bolsonaro de fazer do Brasil o país atrasado econômica, social e culturalmente de meio século ou mais atrás. E é isso que ele faz questão de pontuar em plena campanha pela reeleição, certo de que o eleitor e a eleitora concordam e aplaudem esse obscurantismo, o machismo, a misoginia, a exploração sexual e todo tipo de assédio que se conhece.

Afinal, foi contra esse tipo de mentalidade retrógrada que nos anos do PT criaram-se tantas frentes de luta, lei de cotas em concursos, ensino superior para pobres, repressão ao trabalho escravo e infantil, campanhas contra o racismo em todos os ambientes sociais. Foi um trabalho de formiga, de desconstrução de desigualdades históricas e estruturantes na sociedade brasileira – exatamente o trabalho que Bolsonaro que desmontar na defesa da pátria, da família e de Deus.