Membros do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), protocoloram no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) denúncia sobre as violências cometidas pelo governo de Jair Bolsonaro contra os povos indígenas.
O secretário executivo do Cimi, Antônio Eduardo de Oliveira, relatou as situações e exigiu atenção do Conselho internacional.
Foi a quinta vez que lideranças indígenas e organizações indigenistas foram ouvidas neste período sobre as políticas que põem em risco a vida e os territórios dos povos originários.
Além disso, o órgão chama a atenção para o fato de o presidente trabalhar pessoalmente pela aceleração da aprovação de projetos que autorizam a mineração em terras indígenas. As políticas bolsonaristas incluem o abandono da saúde indígena, com falta de médicos, medicamentos e vacinas, e a paralisação das demarcações de territórios – que já constava de seu plano de governo.
Com a chancela do governo Bolsonaro, garimpeiros e desmatadores têm invadido territórios indígenas, levando destruição, contaminação por mercúrio, violência, doença, fome e morte, denuncia o Cimi.
A Alta Comissária da ONU para o tema, Michelle Bachelet, irá participar do evento, que ocorre no âmbito da 49ª sessão do Conselho de Direitos Humanos (CDH 49), iniciado em 28 de fevereiro e que se estende até 1º de abril, em formato híbrido.
Na última quarta-feira (16), o ministro da Justiça, Anderson Torres, concedeu a medalha do Mérito Indigenista ao presidente Jair Bolsonaro e a mais dez ministros. A condecoração, concedida a pessoas que se destacam pelos trabalhos de proteção e promoção dos povos indígenas brasileiros, causou indignação.
Em protesto, o ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), o sertanista Sidney Possuelo, decidiu devolver sua medalha, recebida há 35 anos atrás. “Uma flagrante, descomunal, ostensiva contradição em relação a tudo que vivi e a todas as convicções cultivadas por homens da estatura dos Irmãos Villas Boas”, escreveu Possuelo em carta dirigida ao ministro da Justiça, Anderson Torres.
Em 2021, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) divulgou o Dossiê Internacional de Denúncias, demonstrando como o discurso de ódio do presidente foi transformado em política de Estado.
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