O Conselho InterReligioso da Bahia -CONIRB tem como objetivo promover a paz através da cultura do respeito entre as religiões e é composto por Candomblecistas, Católicos, Umbandista, Espíritas, Evangélicos, Hare Khrisna, Agnósticos, Islâmicos, Bahá’í e Anglicanos.
Na coordenação do grupo estão: Ìyá Márcia d’Ògún, Pe. Lázaro Muniz, Pai Raimundo de Xangô, Ọ́gan Elias de Oxalá, Ọ́gan Ailton Ferreira e Pastora Camila Oliver.
A oficialização do coletivo aconteceu em assembleia geral, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Pelourinho, em Salvador, no último dia 28 de fevereiro.
Ìyá Márcia d’Ògún destaca a importância da iniciativa para fortalecer uma articulação que já existe em defesa do direito de conviver em harmonia com as diferentes expressões da religiosidade e a escolha do local da cerimônia. “Escolhemos lá por ser uma igreja católica que é um espaço de resistência, porque muitos de nossos ancestrais foram ali invocar os orixás, tanto que até hoje existem ainda algumas celebrações que eram típicas do povo preto”, enfatiza.
Cenário nacional
O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, 21 de janeiro, foi instituído pela Lei Federal nº 11.635, de 2007, e faz parte do calendário cívico da União.
De acordo com o 2º Relatório sobre Intolerância Religiosa: Brasil, América Latina e Caribe, organizado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas e pelo Observatório das Liberdades Religiosas com apoio da Representação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil, há um aumento dos casos de intolerância religiosa no país nos últimos anos.
Segundo dados do portal Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, foram registrados 477 casos de intolerância religiosa em 2019, 353 casos em 2020 e 966 casos em 2021.
Os dados do estudo indicam que as religiões de matriz africana, mesmo sendo uma minoria religiosa, são as mais atingidas pela intolerância. Em 2020, foram notificados 86 casos de intolerância religiosa contra essas religiões, sendo 244 casos em 2021.
De acordo com o relatório, os estados do Sudeste, mais populosos, despontam como os que apresentam maior número de casos de
intolerância religiosa, contrapondo-se aos estados do Norte e Centro-Oeste, que apresentaram menor número de casos.