Corrupção, repressão e apatia no Rio de Janeiro

Reprodução - Internet

O estado e o município do Rio de Janeiro vem passando por sucessivas crises financeira, política, social e civil, isso não nos é novidade, mas o que me parece curioso é a apatia de seus cidadãos e cidadãs. A corrupção é parte constitutiva dessa sociedade, isto é, não existe capitalismo sem corrupção e, em razão direta, gerou-se uma profunda crise financeira nos cofres públicos, acarretando o não pagamento de servidores e funcionários, o corte e diminuição dos investimentos nos serviços sociais, fazendo que parte da população não consiga acessar, como por exemplo, a saúde, educação etc.

Contudo, a população se vê impossibilitada de alterar o cenário político centralmente por duas razões: 1. o descrédito na democracia representativa, ou seja, dizem que qualquer uma/ um candidato eleito se corromperá e cederá à corrupção; e 2. por medo da repressão, pois, principalmente após 2013, a ação da polícia militar, core e até do exército têm sido truculentas para a dispersão dos manifestantes.

Penso não se acaso tudo isso, mas sim uma forma das elites continuarem a dominar, se não for através do consenso, será através de tiro, porrada e bomba. Basta verificarmos o completo descrédito no cenário político desde o nível federal com Michel Temer, do governo estadual de Fernando Pezão e do prefeito Marcelo Crivella, há uma linha de completa desesperança. Em outros momentos da história do país a população foi às ruas pedir impeachment, lutar por seus direitos etc., no entanto, no atual momento vemos uma total indiferença e não vejo possibilidades de alterações neste cenário.

Todas e todos comprometidos com a construção de um país justo, aliás, de um mundo justo, precisam (os) lutar para alterar esta situação que nos tiram direitos diariamente e nos quer vir mortos, pois o que tem ficado evidente é que a política pública que vem recebendo muito investimento é a de segurança pública e percebemos que não é para a nossa proteção e sim para nosso extermínio. E por isso finalizo com a frase de um movimento negro: Reaja ou será morta. Reaja ou será morto.