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O projeto Costureiras da Paz surgiu de uma idéia escrita e desenvolvida na Agência de Redes para Juventude, em 2010.
A idealizadora do projeto, a bolsista Amanda Gomes, é moradora do Morro da Providência e na época, era vítima de violência doméstica.
Durante a participação na agência, Amanda teve coragem de denunciar as agressões que sofria e decidiu separar-se do ex companheiro, pai de sua filha.
A jovem inverteu essa experiência dramática, na criação de um projeto que não é apenas um curso de corte e costura, mas que tem como principal objetivo, melhorar a auto estima das mulheres. Além disso, elas têm a oportunidade de aprenderem uma profissão para a geração e aumento da renda familiar.
Os encontros do projeto acontecem duas vezes na semana com aulas de corte e costura e um encontro para um bate papo onde são abordados assuntos como: gênero, sexualidade, família e violência doméstica.
Durante um ano de atividades foram atendidas setenta mulheres, mas infelizmente esse quantitativo ajudou Amanda a identificar uma triste realidade: “descobri que a violência doméstica se tornou uma espécie de cultura local. Muitas mulheres simplesmente não sabiam o que era violência doméstica e por não saberem dos seus direitos, tratavam o assunto, como algo que acontece normalmente na vida de um casal”, lamentou.
No dia 24 de janeiro, “O Costureiras da Paz” completou um ano de existência. Para comemorar cada uma das ações promovidas pelo projeto em prol da valorização das mulheres do Morro da Providência, Amanda decidiu inovar, ampliando as atividades do projeto.
“Resolvi investir na abertura de um ateliê de corte e costura para a geração de renda das mulheres que já fizeram parte do projeto, e vamos oferecer aulas de artesanato para as novas alunas”, explicou Amanda cada vez mas engajada a incentivar as mulheres a denunciarem, qualquer tipo de violência praticada contra elas.