Cotas às pessoas Trans e travestis é uma questão de direito

Créditos: Reprodução Internet.

O Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro em seu processo seletivo para a pós-graduação possui reservas de vagas para pessoas Trans e Travestis, entendendo que esse segmento da população também é alijado de diversos direitos, dentre eles, a educação.

Muitos estudantes da pós-graduação tem tido esse programa como referência para dar mais este passo no sentido assegurar o acesso à toda a população na universidade, que deveria ser laica e de qualidade. A surpresa é que um pastor contrário a esta política de cotas, entrou com recurso para retirar este direito. Isto é, os valores confessionais querendo atravessar os valores da universidades que devem ser laicos.

Importante dizer que estamos vivendo um momento bastante conturbado da história brasileira, marcado pela retomada da onda ultraconservadora das elites que, mesmo não sendo uma classe dirigente, conseguiu ao longo desses quinhentos e dezoito anos imprimir valores altamente elitistas até mesmo em quem é atacado por estes mesmos valores, exemplo: mulheres, negros, a população LGBT etc.

Vale destacar que tal situação não é inédita, ao contrário, a história do Brasil é marcada por sucessivos golpes e contra-golpes, basta a gente lembrar da ditadura civil-militar de 1964, quando os militares deram o golpe e teve apoio da população, a mesma gente que posteriormente teve seus filhos desaparecidos e que até hoje não sabem onde estão.

Precisamos nos manter firmes na luta pela ampliação dos direitos, não como fim, mas como meio de melhora das condições de vida da classe trabalhadora, o que inclui estudar, morar, comer, vestir. Precisamos sair às ruas, becos, vielas e trocar ideia com os nossos, disputar esta ideologia dominante, pois no contrário, tempos mais sombrios irão chegar e nós seremos os alvos.