Antes da Covid-19, 736 milhões de pessoas já viviam abaixo da linha de pobreza de US$ 1,90 por dia
Antes da Covid-19, 736 milhões de pessoas já viviam abaixo da linha de pobreza de US$ 1,90 por dia - Foto: Saleh Baholis/Unicef
Antes da Covid-19, 736 milhões de pessoas já viviam abaixo da linha de pobreza de US$ 1,90 por dia
Antes da Covid-19, 736 milhões de pessoas já viviam abaixo da linha de pobreza – Foto: Saleh Baholis/Unicef

Neste sábado, 17, é celebrado o Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992. O tema deste ano é “Agindo juntos para alcançar justiça social e ambiental para todos”. Segundo a ONU, o mundo tem 736 milhões de pessoas vivendo abaixo do limiar internacional da pobreza.

Em 2020, a pobreza extrema mundial deve aumentar pela primeira vez em mais de duas décadas, revela estudo do Banco Mundial. A instituição estima que a economia tenha uma retração de 5,2% em 2020, a maior queda do PIB em 80 anos.

A Covid-19, a recessão global, os conflitos e as mudanças climáticas podem fazer com que até 150 milhões de pessoas caiam na pobreza extrema até 2021, o que significa que elas estarão vivendo com menos de US$1,90 por dia, aproximadamente R$10. Isso representa cerca de 1,4% da população mundial. Dos novos pobres do mundo, 82% estão em países considerados de renda média, como o Brasil, e são oriundos dos setores de serviços, construção ou indústria, acrescenta o relatório.

Antes da pandemia, os conflitos globais e as mudanças no clima contribuíram para que a redução da pobreza global fosse mais lenta. Entre 1990 e 2015, a pobreza mundial caiu cerca de um ponto percentual por ano. Esse ritmo diminuiu para menos de meio ponto percentual por ano entre 2015 e 2017.

Ainda assim, se não fosse pela Covid-19, a taxa de pobreza provavelmente teria caído para 7,9% em 2020. Com a pandemia, esse percentual ficará entre 9,1% e 9,4% da população global, semelhante ao registrado em 2017.

O relatório também mostra que o nível de prosperidade compartilhada diminuirá, ao contrário de  2012 a 2017, quando houve crescimento de 2,3%. Isso quer dizer que a renda média dos 40% mais pobres do mundo ficará menor.

Sem ações políticas para promover uma retomada econômica inclusiva, a pandemia pode aumentar a desigualdade de renda e diminuir a mobilidade social entre os vulneráveis.

De acordo com o Banco Mundial, os efeitos da crise atual certamente serão sentidos na maioria dos países até 2030. Assim, a meta de reduzir a taxa de pobreza global para menos de 3%, até 2030, definida pelo Banco Mundial  será “mais difícil do que nunca de se alcançar”, lamenta David Malpass, presidente do Banco Mundial. Sem ação política rápida e significativa, essa taxa pode ser de aproximadamente 7% daqui a 10 anos.

Para ajudar os países a enfrentar a Covid-19 e impulsionar a recuperação econômica, a instituição anunciou em abril deste ano um pacote financeiro de até US$ 160 bilhões, a serem liberados ao longo de 15 meses. Desse total, cerca de US$ 4,5 bilhões estão sendo destinados à América Latina e ao Caribe.

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