Neste sábado (28) a Quadra do morro Chapéu-Mangueira recebeu o evento do grande encontro entre as cozinhas solidárias do local e do morro da Babilônia, no Leme, Zona Sul do Rio de Janeiro. A programação contou almoço solidário, feito pelas mãos dos chefes Carlos Negro Breu e João Diamante, que comandam as cozinhas das comunidades, além de roda de bate-papo com a Deputada Estadual Renata Souza, Regina Tchelli da Favela Orgânica, equipe da Revolusolar e muito mais.
O objetivo da reunião foi a integração das diversas frentes e agentes que estão atuando nas ações das cozinhas solidárias desde o início da pandemia, para trocar sobre o que foi realizado até então e apresentar as novas parcerias e projetos que estão por vir. Além disso foi também o lançamento do edital Fiocruz + Revolusolar, e a continuação da campanha contra o Covid e solidariedade.
Se encontraram lideranças de várias campanhas de solidariedade, pessoas políticas e organizações comunitarias locais, tais como Grupo N’Goma capoeira, Favela orgânica, associações de Moradores, grupos de comunicação e cultura, assim como o Pré Vestibular Popular do Chapéu Mangueira, da associação SOS emprego, que conseguiu aumentar as horas de estudo, graças ao almoço doado pela cozinha solidária.
O Chefe da Cozinha Solidária do Chapéu-Mangueira, Carlos Nego Breu, levou em sua fala muitas proposições importantes, junto com João Diamante. Uma das palavras que mais se destacou foi “Oportunidade”, tocando sobre as oportunidades no Brasil, que são reduzidas para os homens negros e de favelas, como ele, os quais sempre são relacionados e vinculados ao trabalho físico e corporal.
Seguindo o Censo Escolar – Microdados da situação de final de ano letivo, (INEP), jovens negros, de ambos os sexos, representam 59,8% do público fora do ambiente escolar, sobretudo quando observados os de sexo masculino, que somam 34,7% .
A meritocracia, os “conchaves” e “convênios políticos” acabam com a maior parte das poucas oportunidades.
O novo Agente de Conscientização contra o Covid 19, Marlon Gangazumba, também se apresentou e discorreu sobre a importância do processo atual de vacinação, sobre os aportes que o campo do cinema popular pode trazer à massificação de informações verdadeiras e médicas de qualidade, não as fake news, sobre a doença e convidou a todos e todas, para conhecer em breve, as redes sociais da Campanha.
Além dos círculos de conversa, que tiveram como tema principal a segurança alimentar nas favelas, o dia se encerrou com distribuição de quentinhas e das cestas pela comunidade; relembrando que a garantia de uma alimentação saudável e nutritiva é um direito de todos, e não um privilégio de poucos.