Apesar de a lei garantir que todas as crianças de até 3 anos têm direito à creche, não é isso o que ocorre na prática. Segundo a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, mais de 42 mil crianças fluminenses aguardam para ocupar uma vaga nestes estabelecimentos de ensino e acolhimento.
O número corresponde às famílias que ainda têm alguma esperança de que seus filhos possam ser acolhidos pelas creches de forma gratuita. O usual é que os pais, ou a mãe somente, acabem empurrados às altas mensalidades da rede particular ou à ajuda de vizinhos e parentes para cuidar das crianças. Muitas famílias preferem assumir essa etapa da educação dos pequenos. No entanto, em muitos casos, essas saídas não são uma escolha pedagógica da família e, sim, a única alternativa que resta para que os responsáveis possam trabalhar ou estudar.
Este é um direito não apenas das crianças, mas também dos responsáveis, principalmente das mulheres, uma vez que esta é uma função tradicionalmente atribuída a elas. Discutir acesso à creche pública é, portanto, uma reivindicação fundamental para a emancipação da mulher, que, além de trabalhar, é obrigada a acumular as tarefas de educação dos filhos e as inesgotáveis tarefas da casa.
A luta pelas creches públicas é parte da luta por uma educação pública e gratuita. No dia 15 de março, está sendo organizado um ato nacional em defesa da educação, da aposentadoria e dos direitos trabalhistas. Esse ato não diz respeito somente a educadores e estudantes, mas a toda a população.
A luta por educação pública e gratuita para todos, da creche a pós-graduação, é uma luta de todo trabalhador e toda a juventude. Este governo, que só presta atenção “aos de cima”, aos que ganham muito, não vai garantir isso. É a nossa luta, a nossa participação, a nossa unidade, que vai garantir nossos direitos presentes e conquistas futuras.
Por isso repito um dos gritos de maior sucesso país afora nos blocos do carnaval que acaba de terminar: fora Temer! E que leve junto seus deputados e senadores.