Dar luz e voz à favela e promover o seu desenvolvimento em um palco de música mundial. Há 33 anos isso era só um sonho na mente de um homem. Hoje, durante a coletiva de imprensa realizada na sede do Rock in Rio, na Barra da Tijuca, o presidente do maior festival de música do mundo Roberto Medina apresentou o Espaço Favela, uma das novidades da edição 2019.
“Será um espaço lúdico, com 30 metros de altura, com shows acontecendo simultaneamente em três palcos”, anunciou Medina.
“Cinco botecos de favelas serão selecionados e o Sebrae irá treinar esses comerciantes para o evento. Também vamos escolher sete bandas e dar a elas um cachê de 50 mil reais para se apresentarem no palco. Grifes nas favelas para serem vendidas no espaço entre outras novidades”, completou.
Além de promover a integração de todos os tipos de tribos musicais romper a barreira morro e asfalto, o Espaço Favela do Rock in Rio pretende desenvolver economicamente as favelas.
“Na favela, 48% da população é empreendedora. O Sebrae vem ao encontro à força do Rock in Rio para demonstrar a força empreendedora da favela”, conta o presidente do Sebrae nacional Guilherme Afif, um dos parceiros do evento.
O diretor artístico do Rock in Rio, Zé Ricardo, antecipou a presença do grupo Nós do Morro, que irá se apresentar três vezes ao dia, durante os sete dias, com teatro e dança. O curador do palco Sunset e que agora é, também, do novo espaço, destacou que um dos objetivos do Rock in Rio de 2019 é “dar luz para talentos que têm nas comunidades cariocas. Não é assistencialismo. Nós vamos contratar essas pessoas”.
Outro destaque da coletiva foi a revelação de Medina ao dizer que pretende desenvolver alguma favela para melhorar a condição de vida dessas pessoas.
“Ainda não existe uma favela escolhida. Quando a gente começou a discutir isso, o projeto já estava estruturado. O papel aqui é criar luz para esse debate. Acho que é por aí que tem que começar. A favela é assim. Temos melhorar o que é assim. Escolher uma favela símbolo para que isso vire exemplo para o poder público. Acho que a gente está criando uma política pública para essa questão. E, hoje, quem tá com a palavra, pela situação que a gente tá vivendo no país, é a sociedade civil. Ela tá dizendo ‘vamos à luta’, e é o que a gente vai começar a fazer”, contou otimista.