Crise de ansiedade: quase 30 estudantes são socorridos dentro do colégio no Recife

Crédito: Pedro Menezes
Choro, tremor, sudorese, falta de ar e desmaio. Segundo especialistas, esses são alguns sintomas típico de uma crise de ansiedade.
E foram esses sinais apresentados por 26 estudantes da Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Ageu Magalhães, em Casa Amarela, Zona Norte do Recife, que foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência- SAMU.
Em nota, o Samu informou que 16 profissionais em seis ambulâncias e duas motocicletas foram mobilizados para o atendimento. Nenhum dos alunos precisaram ser levados ao hospital e foram liberados com a chegada de seus responsáveis.
O caso ocorreu na última sexta-feira, dia 8 de abril.

A Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco informou por meio de nota que a escola realiza com alunos e responsáveis, um trabalho de orientação socioemocional.

‘Crise de ansiedade coletiva’

Mesmo com o avanço da vacinação e a retomada das atividades, incluindo, às aulas presenciais, a sociedade ainda convive com uma pandemia e continua sofrendo com os efeitos provocados que pelo período mais tenso desse cenário.

As medidas de isolamento que foram necessárias para brecar, mundialmente, o avanço da doença, colocou a população em uma situação totalmente atípica. Luto, medo, angústia, incertezas, foram sentimentos compartilhados por grande parte da população.

As pessoas tiveram que se adaptar, na medida do possível, as novas exigências sociais, higiênicas e sanitárias. Uma convergência de crises econômica, sanitária, financeira, política, assolou a todos.

Essas mudanças causaram e ainda causam impactos na saúde mental da população.

Doença mental é caso de saúde pública. Os gatilhos não são “apenas” individuais, são sociais, econômicos, raciais, de gênero… com raízes estruturais alimentadas por uma cultura de adoecimento coletivo.

Diagnostico 

Levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), constatou que no primeiro ano da pandemia da Covid-19, houve um aumento de 25% nos casos de transtorno de ansiedade e depressão.

Antes mesmo da pandemia da Covid-19, a sociedade já estava adoecida, pelo machismo, racismo, violência de gênero, desigualdade social, dentre tantas outras mazelas sociais, incluindo, a cultura da performance. O discurso por individualismo, competitividade e desempenho.

Não é de surpreender um caso de ‘surto coletivo de crise de ansiedade’ em pleno período de avaliações. A volta às aulas presenciais trouxe de volta o contato direto com as cobranças por excelência.

Atenção à saúde mental deve ser assistida como caso de saúde pública.

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