O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, culpou a pandemia pelas linhas deixarem de circular na cidade e afirmou que “não dá para obrigar os empresários a ter prejuízo”. A declaração foi feita ontem, 6, a repórteres que questionavam a interrupção de várias linhas de ônibus que serviam basicamente a Zona Norte e o Centro da cidade. Com a queda de passageiros na pandemia, algumas empresas não estão suportando os custos. Um exemplo é a Transportes Estrela, atuante há 70 anos e que teve interrompeu o serviço em definitivo.
O coletivo Fala Subúrbio entrou com uma ação popular na 15ª Vara de Fazenda Pública da capital pelo retorno imediato das linhas e requerendo que a Prefeitura intervenha no Consórcio Internorte, já que o transporte coletivo de passageiros é obrigação do estado repassado à iniciativa privada por concessão.
Como publicado aqui, moradores das favelas da zona norte são os principais prejudicados pela falta de linhas entre a zona norte e a área central da cidade, onde grande parte trabalha. Algumas foram assumidas por outras empresas, mas outras como a 652 e 651 não voltaram. Moradores do Lins de Vasconcelos, por onde as duas linhas passam, relatam nas redes sociais como elas são essenciais e pedem solução: “Eleger um prefeito que não governa dá nisso. Linha essencial para locomoção do Lins para Cascadura passando pela Água Santa, e do Lins para o Méier! A (empresa) Mathias poderia assumir essas linhas”, sugere um deles.
O Lins ainda tem outras duas linhas que passam pelo bairro, a 232, que atende bem, e a 606, que funciona como uma variante da linha Engenho de Dentro x Rodoviária. “A variante da 606 demora muito pra passar por aqui, então estamos só com uma linha, praticamente, nos atendendo”, diz Rafael Sousa, articulador comunitário do Lins.