O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, poderá perder seus direitos políticos apenas quatro dias após o arquivamento do quinto pedido de impeachment contra ele. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) irá julgar, nesta segunda-feira, 21, às 15, os casos “Fala com a Márcia” e um comício que aconteceu em 2018 para servidores da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), em que Crivella apresentou candidatos às eleições daquele ano, um deles era seu filho. Caso seja constatado irregularidades cometidas pelo prefeito nessas duas situações, ele ficará sem concorrer a nenhum cargo político até 2026.
O julgamento é baseado em um pedido de 2018, feito pela bancada do Psol na Câmara dos vereadores. Também em 2018 o gabinete do prefeito afirmou em nota que em ambos os casos não havia indícios de qualquer irregularidade.
Relembre os casos
No dia 4 de julho de 2018, Crivella se reuniu com 250 líderes religiosos na sede da prefeitura. No encontro, que aconteceu a portas fechadas, os convidados não poderiam usar o celular. Porém, mesmo com a proibição, foram gravados áudios da reunião onde o prefeito prometia soluções para o IPTU de igrejas. “Nós temos que aproveitar que Deus nos deu a oportunidade de estar na prefeitura para esses processos andarem. Temos que dar um fim nisso”, disse o prefeito. Em outro momento do áudio, Crivella promete também agilidade em cirurgias de catarata e que para resolver era só “falar com a Márcia ou com o Marquinhos.
Márcia é servidora de carreira da prefeitura. Marquinhos é Marcos Paulo de Oliveira Luciano, o ML, chefe dos “Guardiões do Crivella”, grupos de assessores pagos para impedir reportagens nas portas de hospitais.
Alguns meses depois do episódio da Márcia, o prefeito foi acusado de cometer abuso de poder político e improbidade administrativa em reunião com funcionários da Comlurb. O encontro aconteceu no dia 14 de setembro de 2018 e Crivella pedia votos para os candidatos a deputado federal e estadual de seu partido PRB, entre eles estava seu filho Marcelo Hodge. “Eu não podia deixar de vir aqui pedir a vocês, humildemente. Não é o prefeito que está pedindo, nem é o pai do Marcelinho. É um carioca”, disse na época.
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