Da dor à poesia, um roteiro para driblar a depressão no isolamento

Izabelle Maurício em foto no Facebook

Izabelle Maurício tem 18 anos, cursa o quarto ano do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Biotecnologia do Instituto Federal do Paraná – IFPR, campus Jaguariaíva, e é a autora do livro “Da dor à mais bela poesia”.

“Sempre me envolvi muito em atividades artísticas”, diz ela. “Faço origami desde os nove anos. Já participei, venci e promovi concursos de declamação de poesia. Entre as atividades, em 2015 me descobri completamente apaixonada por escrever poesias para a libertação da alma”.

Questionada sobre o motivo pelo qual escreve, revela: “Quando me vi na minha pior fase, diagnosticada com depressão e sem ter com quem conversar – eu afastava as pessoas por causa da minha condição psicológica-, encontrei na escrita um estímulo para persistir e continuar o tratamento”.

“No meu livro, falo sobre a transformação do sofrimento em amor próprio, considerando tudo o que vivi, e usando de partes para a separação dos sentimentos: Feridas, A chegada do amor, Mágoa, A despedida e Amor por si”, elenca a escritora.

Com o intuito de compartilhar com outras pessoas seus sentimentos e pensamentos, para além de seu livro, a estudante criou o perfil no Instagram @alaranjadoarfar, onde divulga seu trabalho e interage com as pessoas.

“O nome “Alaranjado arfar” remete ao acobreado dos meus cabelos e ao respirar dificultoso. Eu escrevo há cinco anos, mas não tinha lugar fixo para os poemas e acabava perdendo-os. Então, quando decidi que queria tornar público o trabalho, tive que escrever a maioria novamente, um processo que durou em torno de dois meses”.

A intenção de Izabelle é publicar um livro, mas os custos editoriais impedem, por isto ela pretende recorrer a uma “vaquinha online” caso não consiga uma publicação que caiba no seu bolso.

Com o livro publicado, Izabelle deseja encorajar mulheres como ela, que passaram por situações difíceis: “Quero que saibam que não estão sós e que com poesia e amor as coisas melhoram!”

Poesia na rede social. Imagem: Izabelle Maurício.

“Por anos, mulheres liam e escreviam apenas para fins de etiqueta, não tinham acesso a atividades senão domésticas. Aos poucos, fomos tomando espaço e garantindo direitos como a educação básica e superior. Diante de tal cenário perturbador de exclusão, é de extrema importância que nos façamos presentes nas diversas áreas, independentemente de  qual nos encaixamos, tornando o meio igualitário para ambos os gêneros”, finaliza.

Instagram: @alaranjadoarfar

Contato: izabellemauricio6@gmail.com