Debate entre candidatos à prefeitura carioca eleva voz das favelas e periferias

Debate teve como foco soluções dos problemas já muito conhecidos da Favela - Foto: Reprodução/ Rede Favela Sustentável

Em evento realizado no último dia 22, pela Rede Favela Sustentável, oito dos 12 candidatos à prefeitura carioca debateram sobre questões que cercam favelas e periferias. Foram apresentadas aos candidatos Clarissa Garotinho, Cyro Garcia, Eduardo Bandeira de Mello, Fred Luz, Henrique Simonard, Luiz Lima, Renata Souza e Suêd Haidar, 21 propostas elaboradas em conjunto pelos mais de 60 membros da rede. Os projetos apresentados estão dentro dos sete grupos de trabalho da Favela Sustentável: geração de renda; hortas e reflorestamento; resíduos sólidos; água e esgoto; energia solar; educação ambiental e memória e cultura. Deles saíram a base para o debate e análise de soluções entre os candidatos.

Mediado por Theresa Williamson, fundadora e diretora executiva da Comunidades Catalisadoras (ComCat), o debate foi dividido em três blocos. Em cada um deles os candidatos apresentaram sua visão e solução sobre os temas. Um dos pontos importantes e presente nas falas de todos os candidatos foi o papel da iniciativa da rede em realizar esse debate. Segundo eles oportunizar um canal de diálogo e debates propositivos de soluções é um fundamental instrumento para a democracia no Brasil.

É de suma importância que todos os candidatos ao executivo municipal repensem o lugar da periferia e das favelas em seus governos. É preciso fortalecer as potências criativas dos moradores desses territórios e superar os estigmas negativos, muitos deles frutos da própria ineficiência do Estado. A ausência no debate dos quatro candidatos à prefeitura com melhor desempenho nas pesquisas de opinião de votos, reforça uma cultura da perda de uma valiosa oportunidade de dialogar com os moradores da periferia da cidade.

Em linhas gerais o evento foi importante e tem o seu lugar garantido nesse e nos próximos processos eleitorais. Debates em rede fortalecem a autoestima dos moradores periféricos e de favelas, permitindo fala, voz, proposição e ação para pensar e agir. Sozinhos em nossas áreas historicamente desfavorecidas de serviços públicos de qualidade, somos mais vulneráveis. Em conjunto mobilizados em várias partes da cidade trazemos para os debates as nossas pautas e exigimos escuta ativa e atenta das periferias e favelas que sempre foram menosprezadas. Que façamos valer o que realmente importa! Os problemas que sempre batem na nossa porta.

Para assistir o debate na íntegra clique aqui.

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