Decepcionada, Regina Duarte acha que caiu numa armadilha

Regina Duarte caiu na armadilha sem desconfiar de nada - Foto de arquivo

A Secretária Nacional de Cultura, Regina Duarte, está arrumando as gavetas para sair do governo, segundo nota do colunista Robson Bonin, de Veja. Ela enfrenta fogo cerrado do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que quis demitir num primeiro momento, mas foi impedida pelo presidente Jair Bolsonaro.

O presidente, aliás, tem sido seu obstáculo intransponível na área cultural do governo, indigna da menor atenção de outras áreas da administração, sobretudo aquelas que guardam as chaves do cofre. Além dos filtros financeiros, entretanto, o ideológico tem impedido Regina Duarte de nomear assessores e colaboradores.

No núcleo duro do bolsonarismo a atriz é tachada de esquerdista; logo ela, casada com criador de gado, dono de fazenda e governista de primeira hora. A Secretária deu seguidos sinais de esgotamento, chegou a afirmar que caiu numa armadilha ao entrar para o governo, deixando de lado uma carreira de sucesso – dizendo ela…

Seu desafeto na Fundação Palmares não pode ser desprezado: foi nomeado, teve a posse suspensa e venceu na justiça o direito de presidir a fundação. Diz que não existe racismo no Brasil, desdenha a figura de Zumbi dos Palmares e é contra toda agenda racial dos movimentos. Verdadeiro “preto de alma branca”, elogiariam as cabeças coroadas do governo.

Na última vez que o presidente reuniu o ministério no Palácio do Planalto, no célebre discurso em que “restabeleceu a verdade” sobre a saída de Valeixo e Moro, Sérgio Camargo comentou a ausência de Regina Duarte com uma simples frase venenosa: “Deve estar cuidando dos gato”.