Líderes de partido de esquerda reagiram às declarações do deputado federal por São Paulo e líder do PLS na Câmara Eduardo Bolsonoro sobre a volta do AI-5. Em tom de ameaça, o deputado afirma que se a esquerda radicalizar “a gente vai precisar dar uma resposta, e uma resposta pode ser através de um AI-5”. A declaração foi dada hoje em entrevista publicada hoje, 31.10, no canal da jornalista Leda Nagle no Youtube.
A reação foi imediata. A deputada pelo PCdoB do Rio de Janeiro Jandira Feghali declarou que “Eduardo Bolsonaro defende AI-5 contra a esquerda. Nós, da oposição, entraremos com pedido de cassação dele no Conselho de Ética da Câmara”.
Além, do PCdoB, o PSOL, PT, PCdoB e PSB afirmaram ingressar com uma ação no Supremo Tribunal Federal – STF contra o deputado federal. As legendas de esquerda também vão entrar com representação contra o parlamentar no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
A declaração teria, também, repercutido negativamente entre parlamentares de centro-direita.
Eduardo Bolsonaro citou o AI-5 como medida contra o que ele chama de “radicalização” da esquerda e alegando que vem desses partidos as afirmações de que seria do presidente a responsabilidade pelos problemas ambientais que o Brasil vem sofrendo no decorrer deste ano, que é o primeiro do governo Bolsonaro, pai do deputado.
Além de políticos, juristas também se manifestaram. Em declaração à Folha de São Paulo, o jurista Antônio Rodrigo Machado afirmou que qualquer tentativa de se implantar algo semelhante ao Ato Institucional número 5 é inconstitucional, e que todas as instituições da sociedade civil devem reagir à declaração, “pois soa como ameaça à democracia”.
A declaração do deputado acontece dois dias depois de ele ter indicado empregar o uso de forças policiais caso o Brasil tenha manifestações semelhantes às que aconteceram nas últimas semanas no Chile.
Assista ao vídeo da entrevista: