Em Mesquita, Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, deliverys foram abertos na quarentena para atender a população que está em casa se protegendo da pandemia. No bairro da Vila Emil, o restaurante El Bode leva lanches gourmet com preços populares nas casas e apartamentos dos bairros próximos. Já no bairro da Coréia, também em Mesquita, o restaurante recém criado Casa do KAME teve que se reinventar já no início do seu empreendimento por causa da pandemia.
O criador do restaurante da Vila Emil, Pedro Lacerda, fala que teve a ideia do empreendimento em 2019 quando descobriu a gravidez da sua esposa. Antes do restaurante Pedro trabalhava como gráfico e percebeu que alguém teria que passar mais tempo em casa para cuidar do filho. “Aproveitei a recisão do contrato e investi no restaurante porque seria a maneira de eu ficar cuidando do meu filho, enquanto minha esposa trabalhava”, disse.
Segundo Pedro, o apoio dos vizinhos foi uma peça importante pro restaurante, seja consumindo ou o ajudando a ir no mercado comprar os ingredientes necessários. Apesar de todo apoio Pedro fez de tudo sozinho como: o layout do empreendimento, negociação com serralheiro e elaboração de um cardápio espacial baseado no tradicional sanduíche de pernil. Pedro ainda estuda no Restaurante/Refeitório Gastromotiva, que é um projeto de gastronomia-social. Um restaurante-escola voltado para a gastronomia-social que além de venderem pratos variados de dia, a noite servem pratos para a população de rua gratuitamente.
Do outro lado de Mesquita, no bairro da Coréia, a Casa do KAME – Point da Batata – também é fruto de estudos e superações. O empreendimento de William Nunes quando estava pronto para começar, foi surpreendido pela pandemia e precisou largar o ponto na rua e trabalhar em casa mantendo entregadores fixos, o que aumentou seu custo.
“Eu precisei manter entregadores fixos e tudo isso encareceu mais, dificultando muito com um futuro incerto. Mas a alimentação resistiu, as pessoas dentro de casa estão consumindo cada vez mais. Porém ainda não é o suficiente, muitas coisas ainda continuam na mão dos grandes produtores. Quem tinha estrutura conseguiu se manter e quem não tinha esta tentando sobreviver, mas está difícil”, afirma William Nunes
Segundo William os governantes precisam aprender que se investir nos pequenos empreendedores eles crescem rápido. Ainda de acordo com Willian, antigamente se via o dinheiro circular, as pessoas conseguiam fazer obra em suas casas e conseguiam comprar mais coisas, o que aquecia a economia. “É maluquice investir em quem já tem dinheiro, o grande pega a grana e leva para fora do país, por isso que a economia não evolui”, concluiu.