Em junho de 2013, a classe política brasileira foi surpreendida pela onda de grandes manifestações populares por todo o Brasil que tiveram início com o movimento a favor do passe livre em São Paulo, e culminaram com enormes protestos em todo o País contra os enormes gastos com as obras feitas para a Copa do Mundo do ano seguinte, sem que se fosse sentida uma real melhoria das condições de vida da população. O fenômeno chamou a atenção inclusive dos sociólogos e cientistas políticos, por identificarem pela primeira vez o uso das redes sociais on line – no caso, o Facebook – para organizar os protestos, diferente das tradicionais passeatas convocadas por sindicatos e entidades de classe. A despeito do risco da de forte propagação do discurso moralista e reacionário repercutido nestas redes ganhar força junto aos jovens, e servir para fortalecer práticas fascistas no Brasil, os acontecimentos daquele período chamaram a atenção para a possibilidade do uso dos computadores como forma de aproximar pessoas com interesses em comum na defesa de causas humanitárias e com isso, servir de orientação para governantes. Pensando nisso, um grupo de jovens empreendedores no ramo digital resolveu criar uma plataforma online para incentivar e divulgar ações de cidadania por meio do uso de computadores ou dispositivos móveis: o Cidadão 10.
Criado em 2013 como um portal na internet, a premiada plataforma ganhou nesta segunda, 25 de maio, uma nova versão em formato de rede social, permitindo uma maior interação entre os usuários, que continuarão dando sugestões de ações sustentáveis e poderão, assim como no Facebook, criar eventos, falar entre si, debater no fórum e confirmar presença nas campanhas de mobilização divulgadas, sempre priorizando as melhorias para a cidade em alguns temas como: Água, Educação, Lixo e Resíduos Sólidos, Mobilidade, Reflorestamento, Segurança e Trocas e Doações, entre outros. Para participar, basta entrar no site www.cidadao10.com.br e entrar com seu login do Facebook ou conta Google, preencher as perguntas sobre interesses e habilidades e, a partir daí, o sistema cruzará as informações fornecidas e recomendará eventos de cidadania associados ao seu perfil.
Objetivo é incentivar a criação de mecanismos de democracia direta
O porta-voz do projeto e coordenador do Cidadão 10, Ariel Kozlowski afirma que o objetivo é facilitar a conexão das pessoas interessadas em resolver problemas da sociedade ou da própria cidade, incentivando assim, a criação de mecanismos da chamada democracia direta. “Em vez de apenas reclamar, faça algo pelo seu espaço e influencie outras pessoas a também fazerem o bem”, defende. E reforça que não são aceitos eventos partidários, religiosos ou de autopromoção: “Somos uma rede social de nicho, um mosaico de eventos, com pessoas conscientes em unir forças por uma sociedade melhor”.
Em 2013, o Cidadão 10 foi premiado pela Prefeitura do Rio de Janeiro no Desafio Rio Ideias, na categoria “Ordem Pública e Conservação”. Logo em seguida, foi o grande campeão da Rio Apps 2013, competição também promovida pela Prefeitura do Rio em busca de soluções inovadoras para os problemas da cidade.
Cidadão 10 apoia iniciativas de sucesso
Em 31 de janeiro deste ano, às vésperas do carnaval carioca, época em que os bancos de sangue precisam de muito material, o Cidadão 10 divulgou a ação “Rolezinho no Hemorio”. O resultado foi excelente: mais de 200 pessoas se mobilizaram e doaram sangue no conhecido Centro em hematologia e hemoterapia da Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Já no dia 13 de setembro será realizado o Faça (Festival de Amor e Cidadania) – com o objetivo de reunir nesta data diversos eventos de benfeitorias para cidades brasileiras, criando um fluxo de movimento entre as diferentes ações simultâneas pelo Brasil, como foco maior nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Fortaleza. “A gente vai dar suporte no contato junto às prefeituras para conseguirmos as respectivas autorizações para cada ação proposta durante o festival. Por exemplo: pela lei do artista de rua você pode tocar nas calçadas, fazer uma música, mas se você quiser botar uma caixa de som, e ultrapassar o nível de decibéis permitido, você precisa de uma autorização da Prefeitura. Nós somos a rede social que facilitará o festival”, explica Kozlowski.
