Denúncia de agressão a mulher militar se espalha na internet

Tenente-coronel Camila Paiva criou #assedionoquartel - Arquivo Pessoal.

Assim que as denúncias de assédio sexual a mulheres militares em quartéis vieram a público na campanha virtual #assédionoquartel, a tenente-coronel do Corpo de Bombeiros de Alagoas Camila Paiva, responsável pela iniciativa, passou a receber ameaças e insultos nas redes sociais, inclusive com divulgação de endereço e números de documentos, além de comentários sobre seus familiares.

As ameças começaram no último domingo, 26: “Recebi a primeira mensagem com palavras ofensivas, algumas imagens que não consegui identificar e todos os meus dados pessoais como telefone, endereço, CPF, nome dos meus familiares. Eu achei que não era nada grave”, disse a tenente-coronel.

Mesmo sem compreender ainda a gravidade do que estava por vir, o sinal de alerta ficou ligado enquanto continuou sua rotina de trabalho acompanhando a repercussão da campanha nas redes. A quantidade de mensagens de apoio tem sido bastante relevante e ela imagina os incômodos causados nas corporações e entre as autoridades militares pelas denúncias feitas na campanha.

“No dia seguinte eu recebi uma mensagem por meio de uma bombeiro do Acre a que a escritora Lola Aronovich (que já foi vítima de ataques desse tipo e pesquisa sobre esse tipo de violência) teve acesso em uma sala virtual na deepweb, onde pessoas orquestram ataques contra feministas, negros, LGBTQIs e militantes. Ela me avisou que estavam com meu nome, dados pessoais e fotos para fazer ataques contra mim”, denunciou Camila Paiva.

Munida de evidências das ameaças, a tenente-coronel apresentou denúncia à Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), especializada em crimes cibernéticos da Polícia Civil, e registrou um boletim de ocorrência. A campanha #assédionoquartel continua relatando casos de mulheres militares que sofreram abusos nos quartéis em todo o país.