Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Otoni de Paula, do Rio de Janeiro, jogou gasolina na fogueira das relações com o Supremo Tribunal Federal, que o Planalto tenta reduzir a brasas, desde a visita de Bolsonaro a Toffoli com bandeira branca à mão. O deputado, que também é pastor e está implicado no inquérito dos atos antidemocráticos do STF, publicou em sua rede social violento ataque ao ministro Alexandre de Moraes, delator do inquérito:
“Por isso é chamado de cabeça de ovo, porque respeito, Alexandre de Moraes, não se impõe, se conquista. Você é um lixo, você é o esgoto do STF, a latrina da sociedade brasileira”.
A mensagem foi captada e circula numa onda de indignação no Supremo. O mínimo que se comenta é que a convivência harmônica e democrática acenada por Bolsonaro não vai além do aceno e que ele continua disposto à guerra entre os poderes da república. Há quem exija a destituição de Otoni de Paula de uma das 14 vice-lideranças do governo na Câmara, um paliativo óbvio, já que o deputado expressa o pensamento de considerável parcela que apoia o presidente dentro e fora do Congresso Nacional.